O senador Cristovam Buarque (PPS/DF) disse nesta quarta-feira que o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT/RS), consumado em agosto passado, "ficou incompleto". De acordo com o senador, falta afastar do governo o presidente Michel Temer (PMDB/SP).
"Nós tiramos a presidente pelas pedaladas que ela deu e também pelo conjunto da obra, mas a pior das pedaldas da presidente Dilma, que o PT não quer reconhecer, foi ter escolhido duas vezes Temer como vice-presidente", avaliou o senador.
Para o senador, que já foi filiado ao PT e ministro da Educação durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003/2010), Temer deve deixar o governo antes do fim do mandato. "A médio prazo não vejo como o presidente Temer ficar até o fim de seu mandadto", afirmou.
O parlamentar também disse que não há como prever o defecho da denúncia de corrupção passiva contra Temer, feita pela Procuradoria-Geral da República, e que está em tramitação na Câmara dos Deputados, com previsão de votação no dia 2 de agosto. "Neste momento não sabemos", disse o senador, se referindo ao processo analisado pelo deputados.
Buarque fez essa declarações em entrevista à Rádio Itataia, um dia depois de ser hostilizado, em Belo Horizonte, por manifestantes que o chamaram de golpista e traidor (assista ao vídeos abaixo) por ter apoiado o impeachment de Dilma e ter votado sim pelas mudanças na CLT proposta no projeto de reforma trabalhista do governo Michel Temer.
Sem educação
Ao comentar a manifestação, após uma palestra na UFMG, sobre crise econômica e política no país, Buarque disse que "faltou educação" aos manifestantes. "Ninguém acha justa uma agressão", reagiu. Buarque disse ainda que os manifestantes dessa terça-feira têm "posições atrasadas e corporativistas".
Buarque Também defendeu a reforma trabalhista. "É uma reforma necessária, o Brasil não pode ficar para trás", reagiu .
O senador cancelou lançamento do livro 'Meditarrâneos invisíveis', em uma livraria da capital, após discutir com professores e estudantes.