Brasília – O Congresso está em recesso, o governo não. Para evitar sustos em agosto, quando os deputados voltarão de suas bases para votar o processo contra Michel Temer no plenário da Câmara, o Planalto começou a usar a caneta.
Exonerou nessa quarta-feira (19) Thiago Martins Milhim do cargo de diretor do departamento de administração da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), indicado pela deputada Renata Abreu (Podemos-SP), que votou na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara contra o governo. E nomeou Matheus Belin e Antônio Ricardo de Oliveira Junqueira, ligados ao líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE) para duas diretorias da Dataprev.
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O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, reconheceu que a bancada do PSB está em crise. “Ela está rachada em plenário, isso ficou explícito. Mas em nenhum momento o PMDB assediou os parlamentares. Até porque, em nosso partido, não adianta haver um momento de filiação nacional se os diretórios estaduais e municipais não concordarem com aquele movimento”, disse Moreira.
O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), não enxerga as coisas com toda essa tranquilidade. “O que gerou esse atrito com o PMDB foi que a já tinha um diálogo muito avançado (com os dissidentes do PSB). O recuo feito pelo PMDB foi o reconhecimento de que eles adotaram uma estratégia equivocada, pois vivemos um momento delicado que exige mais pontes do que muros”, alertou Efraim.
O Planalto reconhece que, até a votação do processo no plenário da Câmara, previsto para 2 de agosto, muita coisa pode acontecer.
“Funaro não tinha nenhuma relação com Temer. E Cunha, que em tese poderá ter munição contra o presidente vai querer dar munição para que o procurador-geral Rodrigo Janot, que pediu o afastamento dele da presidência da Câmara, prejudique o presidente da República?”, questionou um integrante do primeiro escalão do governo.
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