Brasília, 20 - O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou nesta quinta-feira, 20, que a venda de ações da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é uma hipótese ainda em discussão. "Não tem nada definido", disse após reunião com o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir a crise da segurança no Estado. O governador afirmou ainda não ter uma avaliação de qual é o potencial valor de venda da companhia e que o Estado contratará uma instituição para fazer essa conta de forma independente.
Logo após a conversa com os jornalistas, Pezão retornaria à sala de reuniões com o presidente Temer e com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para discutir detalhes de como a operação poderia ser realizada. "Volto agora para ver que tipo de operação o BNDES pode fazer conosco. E temos reunião na segunda-feira com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, e com o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência)", disse.
Como mostrou ontem o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a União deu sinal verde para que o BNDES compre as ações da Cedae para então reorganizar a empresa e privatizá-la. A opção é considerada "mais ágil" para o Estado, que precisa de recursos para colocar o salário de servidores em dia, e tem a simpatia do presidente do banco de fomento.
Até então, o BNDES vinha atuando apenas como estruturador da operação de privatização da Cedae, e a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) havia autorizado o Executivo a contratar empréstimo de até R$ 3,5 bilhões para antecipar parte dos recursos a serem obtidos com a venda. Em troca, o governo fluminense se comprometia a usar o dinheiro para quitar o financiamento quando a operação fosse concretizada.
Hoje, Pezão negou que o desinteresse de instituições financeiras em conceder o empréstimo tenha sido um dos fatores que pesaram para a negociação da venda direta ao BNDES. "Não é verdade que os bancos não estão interessados.
A expectativa do governo fluminense é regularizar o pagamento dos servidores no mês de agosto. Hoje, o Estado deve salários dos meses de maio e junho e ainda não pagou o 13º salário de 2016. Há também um passivo bilionário junto a fornecedores, o que tem comprometido a prestação de serviços, principalmente nas áreas de saúde e segurança.
"A gente espera muito atualizar esses pagamentos dentro do mês de agosto", disse Pezão. Segundo o governador, a operação de venda da gestão de folha de pagamento pode render recursos "significativos", e o Estado aguarda um pleito disputado. Como já mostrou o Broadcast, o Rio estima uma receita potencial de R$ 1,5 bilhão com o leilão da folha (cujo contrato atual de cessão da gestão termina no fim do ano). "Estamos contando com recursos em agosto.
(Idiana Tomazelli e Tânia Monteiro).