O presidente Michel Temer rebateu as críticas de que o país está parado por causa da crise política. Em evento no Palácio do Planalto, ele disse que o governo nunca fez tantas coisas como agora.
Como exemplo, citou a reforma trabalhista e enalteceu o investimento de R$ 344 milhões, anunciados pelo Ministério da Saúde, em saúde bucal no Sistema Único de Saúde (SUS).
“O governo passa por dificuldades, mas o ministro Ricardo Barros economizou e agora está convertendo em investimentos. Algumas pessoas dizem que o Brasil parou, mas o governo nunca fez tantas coisas como nos últimos 40 ou 50 dias”, afirmou antes de citar a aprovação da reforma trabalhista no Senado e destacar a atuação da base aliada no Congresso. Ele, no entanto, não fez referência ao aumento dos impostos dos combustíveis.
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Impostômetro atingirá R$ 1,2 trilhão nesta sexta-feira, diz ACSPLitro da gasolina pode ficar R$ 0,41 mais caro com aumento de impostosSem citar aumento de impostos, Temer enfatiza controle de contas em sua gestãoO presidente se referiu também ao cuidado de seu governo com as contas públicas, quando lembrou das críticas feitas na época das discussões da PEC dos gastos públicos.
“Chamaram a PEC dos gastos de PEC da morte, mas nós ampliamos as verbas de saúde e educação, prioridades do governo. Nós estamos encontrando a maneira mais eficaz de usar o orçamento público. Temos promovido eficiência no governo e demos seriedade ao dinheiro do pagador de impostos”, acrescentou sem citar o possível aumento de impostos.
No evento, o governo anunciou que está investindo R$ 344,3 milhões no atendimento de saúde bucal do SUS. A ação possibilitará o custeio de 2.299 equipes de saúde bucal, o credenciamento de 34 unidades odontológicas móveis e a aquisição de 10 mil cadeiras para consultórios odontológicos, com raio-x, que funcionam nas unidades básicas de saúde.
Ainda ontem, Temer abriu, a 22ª Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no Ministério das Relações Exteriores. Temer disse ter convicção de que os países que compõem o grupo vão crescer cada vez mais.
“Quero dizer que são muitos os países lusófonos que ascenderam à categoria da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Quero saudá-los e dizer que quanto mais tenhamos observadores, melhor para a nossa comunidade. Minha convicção é de que o destino da CPLP é crescer cada vez mais, nos pilares da promoção do nosso idioma e das nossas relações”, disse o presidente diante de representantes de Moçambique e Angola, entre outros.
VIAGEM À ARGENTINA
Após o rápido discurso, Temer deixou o evento e embarcou para Mendoza, na Argentina, onde participa da 50ª Cúpula do Mercosul. A partir do segundo semestre de 2017, o Brasil receberá a presidência do Mercosul, em um momento que promete ser o mais importante em muitos anos, do ponto de vista econômico.
Diferentemente das outras vezes em que Temer viajou, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não esteve na base aérea para a transmissão simbólica, porque está no Rio de Janeiro.
A assessoria do deputado informou que ele tinha compromissos oficiais na capital fluminense, de onde só retorna hoje. A Constituição não obriga o presidente da Câmara a estar na base área. No entanto, esse é um gesto político que os integrantes da linha sucessória costumam fazer quando assumem a Presidência em razão de viagem do presidente.
Desde que a denúncia por corrupção passiva contra Temer começou a tramitar na Câmara, Maia tem se mostrado distante do Palácio do Planalto. Na terça-feira, 18, ele e Temer tiveram um atrito, após o presidente da República convidar parlamentares dissidentes do PSB a se filiarem ao PMDB.
Maia se irritou com o gesto, uma vez que, desde que o PSB deixou a base do governo, negocia a migração dos pessebistas descontes para o DEM.
Para tentar mostrar que o mal-estar estava resolvido, Temer foi até a residência oficial de Maia na noite da própria terça-feira, onde participou de jantar ao lado de ministros e deputados. Na noite de quarta-feira, Temer ofereceu jantar no Palácio do Jaburu a Maia e a integrantes do DEM, como o ministro da Educação, Mendonça Filho, e o prefeito de Salvador, ACM Neto.
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