Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, planeja encerrar as investigações sobre as supostas organizações criminosas formadas por partidos políticos antes do término do seu mandato, em meados de setembro.
Leia Mais
Força-tarefa da Lava Jato em SP já tem 12 inquéritosPF livra Renan, Sarney e Jucá da acusação de tentar barrar a Lava-JatoJustiça marca primeiros leilões com bens apreendidos pela Lava Jato no RioMarta Suplicy e mais quatro se livram de Lava-Jato por causa da idadeLava-Jato pegou com Cunha lista de 'loteamento de cargos ao PMDB'Conselho do Ministério Público amplia orçamento para Lava-Jato em 2018A expectativa, segundo fontes com acesso às investigações, é de que com essas denúncias Janot consiga deixar a Procuradoria-Geral da República com os políticos já na fila para se tornarem réus no Supremo Tribunal Federal (STF).
Delações
Com base nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, Janot abriu um inquérito em 2015 para apurar crime de formação de quadrilha de parlamentares dos três partidos. Com o andamento da investigação, ele decidiu desmembrar o inquérito em investigações separadas.
Dentre as quatro acusações formais que estão sendo produzidas, a que está em um estágio mais avançado é a contra os integrantes do PP.
Lula
No inquérito sobre o PT, estão entre os investigados o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ex-ministros Jaques Wagner, Antonio Palocci e Ricardo Berzoini.
Já o inquérito sobre o PMDB da Câmara deverá envolver o presidente Michel Temer, uma vez que a Procuradoria-Geral da República solicitou que seu nome seja incluído no rol de investigados. Em relação ao PMDB do Senado, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou em março que as revelações da Odebrecht reforçaram a investigação.
Para os procuradores, a narrativa deu peso à tese de que há um comando político para usar do seu poder com o objetivo de obter recursos indevidamente. São investigados os senadores Romero Jucá (RR), Edison Lobão (MA) e Renan Calheiros (AL).
Procurada pela reportagem, a direção do PT informou que não iria se manifestar. Já os outros partidos não responderam aos contatos.
Partilha. Uma questão a ser enfrentada pelo Ministério Público será estabelecer qual dos partidos exercia liderança no esquema criminoso na Petrobrás e em seus desdobramentos. Um investigador ouvido pelo Estado disse que será difícil fazer juízo de valor, já que os supostos grupos criminosos não se organizavam de forma hierárquica.
Para esse investigador, o exercício do poder era episódico a depender da área de influência e dos interesses de cada grupo.
.