São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou na manhã desta sexta-feira, 28, que tenha que dar explicações sobre os R$ 9 milhões de uma conta no BrasilPrev, do Banco do Brasil, montante bloqueado pelo juiz Sérgio Moro. "Eu não tenho que explicar nada", disse.
O ex-presidente afirmou, ainda, que o juiz é quem "tem que explicar porque bloqueou um dinheiro que está na previdência privada".
O petista voltou a dizer que a sentença não é baseada nos autos do processo e que a decisão do magistrado foi baseada na "pressão da imprensa".
Lula sugeriu, novamente, que a condenação teria a intenção de tirá-lo do pleito em 2018. "Se eles querem tentar evitar que eu seja candidato em 2018, essa não é a melhor forma. A melhor forma é tentar encontrar um candidato bom de outros partidos para não deixar eu ganhar as eleições". O ex-presidente também citou as pesquisas de intenção de voto, que indicam seu nome à frente de outros potenciais candidatos.
O ex-presidente não foi questionado sobre a prisão do ex-presidente do Banco do Brasil e do Petrobras, Aldemir Bendine, nesta quinta-feira, 27.
Homem de confiança do petista, Bendine se tornou presidente do Banco do Brasil em 2009 e assumiu o comando da Petrobrás em 2015, após nomeação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Caravana
Lula afirmou que vai começar uma caravana, em três semanas, pelo Nordeste do País. Segundo o petista, a viagem começará no dia 17 de agosto pela Bahia e levará 21 dias até chegar ao Maranhão.
"Nós vamos fazer campanha, sendo candidato ou não. Nós vamos andar pelo Brasil", disse Lula. "Eu vou começar uma viagem pela Bahia e terminar no Maranhão.
Serão visitados 10 estados (do Nordeste), depois eu quero fazer no Sul e no Sudeste, quero fazer no Centro-Oeste, no Norte do País", disse o ex-presidente.
Ainda segundo Lula, que disse que a viagem seria para ver "como eles estão estragando o País", o roteiro não inclui trajetos de avião. "Quero viajar de ônibus, de carro, de trem, de barco, que a gente possa ter mais acesso ao povo", disse.
O petista jogou para seu partido a responsabilidade de se candidatar a 2018. "O PT tem que querer que eu seja candidato, devem ter outras pessoas querendo ser candidatos, afinal de conta o PT tem cinco governadores de estado, vários senadores, vários deputados", disse, sem citar outro possível presidenciável em seu nome.