Brasília - Dois meses depois da criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre a JBS, senadores do PMDB e do PT ainda não indicaram seus membros, o que vem dificultando a instalação da comissão. Segundo o Estadão/Broadcast apurou, entre peemedebistas a preocupação é evitar expor o presidente Michel Temer. Já os petistas não querem que o foco das investigações se volte para os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
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MP de Goiás nega lentidão em inquérito envolvendo JBS e Marconi PerilloLava-Jato usa delação da JBS em recurso por condenação de Cláudia CruzDelações complementares da JBS citam políticos mineirosA CPMI da JBS propõe investigar supostas irregularidades em operações realizadas pelo grupo com o BNDES e BNDES-PAR entre os 2007 e 2016, além de investigar o acordo de delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da empresa. O autor do pedido de criação do colegiado, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), afirmou que vai apresentar requerimentos para convocar os irmãos Batista, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin.
Os peemedebistas consideram que a investigação da JBS poderia expor ainda mais Temer, já que Joesley foi responsável pelas gravações e pela delação que resultaram na denúncia contra o presidente por corrupção passiva. A CPI do BNDES, por outro lado, teria um campo de investigação mais amplo, pois trata de supostas irregularidades nos empréstimos concedidos pelo banco durante 20 anos. Além disso, a CPI do BNDES só seria composta por senadores, o que, na avaliação dos parlamentares, facilitaria costurar acordos para barrar requerimentos de convocação.
Desconfiança
O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), disse que não existe acordo para barrar as comissões, mas que o partido vê a criação dos colegiados com desconfiança devido aos seus autores, que são adversários do partido.
O líder do PMDB no Senado, Raimundo Lira (PB), não foi localizado para comentar. Já o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que não tratou de nenhum acordo com o PT quando era líder da sigla e que não é contra nenhuma investigação.
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