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Estado de Minas

Voto que vale mais do que mil palavras

Estamos vivendo o momento crucial para o desenvolvimento do país. O mais elementar aponta na direção de confiança no futuro do país


postado em 06/08/2017 06:00 / atualizado em 06/08/2017 07:45

Baptista Chagas de Almeida

“É claro que não. Há muito o que corrigir, muito o que fazer, muito ainda o que ousar. Mas há que registrar, a seu crédito, acertos e benefícios para o país.”. “Não estamos diante de um governo imune a críticas, satisfatório em todos os setores de seu desempenho? É claro que não.”

Só que: “Não é este o momento adequado para promover, através da outorga da licença, a destituição do presidente da República. Estamos vivendo o momento crucial da restauração das condições para o desenvolvimento do país. O mais elementar dos sensos de oportunidade aponta na direção da continuidade desses esforços para a conquista de um clima de confiança no futuro imediato do país”.

As aspas já indicam que não se trata de comentário desta coluna, mas é necessário ressaltar que, no placar da votação na Câmara dos Deputados, na terça-feira da semana passada, depois do presidente da República, Michel Temer, o segundo colocado foi o relator do processo, o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), e ainda registrar que, embora fosse o maior interessado, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), conduziu a sessão com absoluta imparcialidade.

Por mais que as pesquisas coloquem o presidente Temer como recordista de impopularidade, os tucanos estão divididos. Parte da bancada de um lado do muro e outra em lado oposto. O voto de Abi-Ackel, como convém, foi jurídico, não político. Ele próprio explica: “A denúncia oferecida contra o presidente da República carece de elemento essencial, pois lhe falta a descrição do vínculo, do nexo entre a prática do ato delituoso e a pessoa do presidente”.

Se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, indicado pela presidente que sofreu impeachment Dilma Rousseff (PT) preferiu fazer política, Paulo Abi-Ackel fez relatório jurídico, ainda mais que no meio do caminho teve Joesley Batista, um dos donos da JBS, que pretende conseguir o máximo de regalias em delação premiada.

Sobre a quantidade de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) indicados pelos governos petistas, assim como o próprio Rodrigo Janot, melhor deixar pra lá. Vai que decidem me prender. Dos 11 ministros, só Celso de Mello (José Sarney), Marco Aurélio de Mello (Collor) e Alexandre de Moraes (Temer) não foram indicados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou pela ex-presidente Dilma.

 

 

Policiamento
Depois de cobrar explicações sobre o pedágio na BR-040, como registrado ontem, o deputado Coronel Piccinini (foto) (PSB) voltou à sua praia no plenário da Assembleia Legislativa (ALMG). Cobrou do governo o parcelamento dos salários dos policiais. “Está passando da hora de o governo olhar esta situação, que vem causando insatisfação entre os profissionais e seus familiares. Esta classe não pode continuar abandonada.” E ainda denunciou o estado de abandono de algumas penitenciárias e queixou-se diante da falta de suporte aos agentes que nelas trabalham.

 

Baiano é assim
A nota sobre a disputa política na Bahia, necessário o registro pedido: o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) tinha outros motivos para ironizar a presença de dois secretários do governador da Bahia, Rui Costa, do PT, que exonerou dois secretários para votar. O principal deles é a candidatura ao governo, ano que vem, do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que Aleluia apoia, óbvio.

 

Multinacional
Ora, quem diria? O PSDB desceu do muro. Calma, gente, nada a ver com ficar ou não na base do presidente Michel Temer. Os tucanos amadureceram mesmo foi o combate ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Assim, fica fácil. Não há a menor dúvida de que Maduro fraudou as urnas (foto). “A Venezuela vive uma ditadura totalitária que leva o povo à miséria, com um presidente que não aceita pensamentos contrários e prende quem pensa diferente.” A frase foi do deputado Fábio Sousa (GO), no Plenário.

 

PingaFogo

 

O presidente Michel Temer (PMDB) e o prefeito João Doria (PSDB) assinam amanhã acordo que transfere parte da área do Aeroporto Campo de Marte para construir um parque municipal. E terá um museu aeroespacial. Uai, vão voar para Marte?

O ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB) não esconde sua candidatura. O PT também vai lançar candidato, para dar palanque a Lula se o juiz Sérgio Moro deixar. E o PSDB, melhor deixar pra lá, já que Aécio Neves nem reassumir o comando do partido quis.

“Governo cria calendário de eventos para geração de emprego e renda no RJ e definiu as diretrizes para o projeto Rio de Janeiro a Janeiro, que consiste na promoção de um calendário de eventos culturais, esportivos e corporativos...”

Uai, já que não ofende e é de janeiro a janeiro, com um trocadilho besta como este, o calendário de geração de empresas é só para o Rio? A Presidência da República agora virou Presidência de estado?


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