São Paulo - Desde que passou a enfrentar a crise política que veio com a divulgação de áudios gravados pelo empresário Joesley Batista, da JBS, o presidente Michel Temer (PMDB) conta com importantes aliados em sua defesa. Se no plenário da Câmara a maioria dos deputados a favor do arquivamento da denúncia justificou o voto pela estabilidade política e econômica, nas redes sociais, três ministros do chamado “núcleo duro” do presidente fazem ofensiva parecida. No Twitter, Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Henrique Meirelles (Fazenda), alguns dos mais próximos de Temer, ignoram a crise político-judicial enfrentada por Temer e exaltam medidas do governo em suas postagens.
Desde 18 de maio, um dia após a gravação de Joesley ter sido divulgada, Moreira Franco fez 99 postagens na rede social – entre elas, 16 vídeos. Assim como Padilha, Moreira fez uma gravação em defesa do presidente logo após a divulgação do áudio do empresário, reforçando a estratégia de que “o Brasil não pode parar”, frase usada por ambos.
Já o ministro da Casa Civil, embora tenha postado mais que Moreira Franco – foram 121 mensagens, considerando retweets, desde o dia 18 de maio –, os elogios ao governo são mais discretos que os de Moreira, embora evidentes. As palavras mais usadas por Padilha foram “presidente”, “governo” e “Brasil”. Boa parte de suas postagens são compartilhamentos de tweets das contas do Planalto, do próprio presidente ou de algum ministério. Padilha também está na rede social desde 2009 e tem pouco mais de 16 mil seguidores, mas usa pouca ou nenhuma hashtag nos seus comentários.
Fora da rede social à época em que a delação de Joesley veio a público, Meirelles é o ministro mais bem-sucedido no Twitter: conquistou 23 mil seguidores desde sua primeira postagem, em 7 de junho. O número pode não ser tão expressivo para uma conta verificada, mas o ministro da Fazenda tem se empenhado na rede. Fez 121 postagens desde que a conta foi criada, com mensagens quase todos os dias.