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Estado de Minas

Comissão da Reforma Política fará mais mudanças no sistema eleitoral

Um dos destaques pendentes visa retirar o dispositivo que prevê que um candidato possa disputar mais de um cargo


postado em 14/08/2017 06:00 / atualizado em 14/08/2017 08:03

Relator Vicente Cândido retoma votações da comissão nesta terça-feira (15)(foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)
Relator Vicente Cândido retoma votações da comissão nesta terça-feira (15) (foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)

Brasília – A Comissão Especial da Câmara criada para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/03, que propõe mudanças no sistema político-eleitoral brasileiro, vai se reunir novamente nesta terça-feira (15) para a conclusão da votação dos destaques apresentados à matéria.

Ficaram pendentes de votação dois destaques de supressão de artigos do projeto substitutivo, elaborado pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP). A PEC deverá ser discutida e votada no plenário da Câmara ainda neste mês, segundo o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Um dos destaques pendentes visa retirar o dispositivo que prevê que um candidato possa disputar mais de um cargo, majoritário e proporcional, em um mesmo pleito, figurando simultaneamente na lista preordenada pelo partido.

O outro pretende suprimir o artigo que estabelece que o suplente de senador seja o deputado federal mais votado do partido.

Os deputados já aprovaram mudanças nas regras eleitorais, como a instituição do chamado distritão, que retira a proporcionalidade nas eleições de cargos como deputado federal, estadual, distrital e vereador e a criação de um fundo público para financiar as campanhas.

O texto-base do relator foi aprovado na quarta-feira. Mesmo sob obstrução dos partidos de oposição, os membros do colegiado mantiveram o sistema distrital misto a partir de 2022 e a proposta de financiamento público, com a criação do Fundo Especial de Financiamento da Democracia.

O fundo deve ser abastecido com recursos da União da ordem de R$ 3,6 bilhões para as próximas eleições.

Os deputados suprimiram do parecer o trecho que previa a distribuição dos recursos do fundo público pela direção nacional dos partidos, a partir de critérios definidos 30 dias antes da escolha dos candidatos à eleição.

Os deputados também retiraram do texto do relator a proposta de acabar com a figura do vice nos cargos de presidente da República, governador de estado e prefeito.

Eles rejeitaram ainda a sugestão de mudanças nas regras de suplente de senador e nas datas de posse de prefeitos e vereadores, além da diferenciação na forma de eleição de vereadores considerando o número de habitantes do município.

Os deputados, no entanto, votaram a favor de manter no projeto de Cândido a sugestão de acabar com a vitaliciedade dos mandatos de ministros dos tribunais de Justiça.

O relator propõe que os mandatos de integrantes de Cortes do Poder Judiciário ocupados por indicação política tenham duração de, no máximo, 10 anos.

TUMULTO A rejeição, por votação simbólica, do destaque que pretendia retirar da proposta o sistema distrital misto a partir de 2022, motivou forte reação de alguns oposicionistas.

Os parlamentares da oposição eram favoráveis à manutenção do modelo atual de votação proporcional, em lista aberta. Eles queriam que a votação na comissão fosse nominal, a exemplo do que ocorreu com outros destaques considerados polêmicos.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) argumentou que este é um ponto importante que deveria ser votado nominalmente e acusou a direção da comissão de ter realizado manobra.


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