Brasília, 21 - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), rechaçou nesta segunda-feira, 21, a hipótese - defendida por alguns tucanos - de que o presidente Michel Temer e o governo estejam interferindo na crise do PSDB, que está rachado no apoio ao governo. "Sou presidente do PMDB, não falo sobre outros partidos. O governo não está interferindo no PSDB, o governo respeita o PSDB, tanto que o PSDB está vivendo esse dilema", disse. "É um dilema que eles têm que se resolver, não é outro partido que vai inferir qualquer coisa no PSDB", completou.
Ao ser questionado do encontro do senador Aécio Neves, presidente licenciado do PSDB, com o presidente Temer e se haveria alguma pressão do tucano mineiro pela Cemig em troca da manutenção de apoio, Jucá disse que o "caso da Cemig é uma questão brasileira, uma questão mineira, que está acima de questões partidárias". "É algo que o governo está tentando resolver porque entende a relevância para Minas Gerais, mas entende também que esses recursos são necessários para o equilíbrio do governo esse ano", disse. A Cemig é dona de quatro hidrelétricas que o governo federal pretende relicitar para levantar R$ 11 bilhões e reduzir o rombo das contas públicas.
Ontem, a Executiva do PSDB em São Paulo manifestou "desconforto" em relação aos encontros entre o senador Aécio Neves e o presidente Temer e divulgou uma nota de repúdio e tentando dar força ao senador Tasso Jereissati, presidente em exercício da sigla. Tasso foi o responsável pela elaboração da propaganda partidária exibida na semana passada com críticas à classe política e também à participação no governo de Temer.
Após a repercussão negativa do encontro, Temer usou o Twitter ontem para destacar que o senador mineiro foi para tratar da questão da Cemig. "Quanto às questões do PSDB, essas são discutidas internamente, sem qualquer participação do governo ou do presidente".
(Carla Araújo e Tânia Monteiro).