A Polícia Federal pediu, nesta terça-feira, ao juiz federal Sérgio Moro conversão da prisão temporária do ex-deputado Cândido Vaccarezza em custódia preventiva. A PF alegou "garantia da ordem pública e da conveniência da instrução criminal".
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Juiz Marcelo Bretas é parcial e deve ser afastado de caso, diz defesa de Cabral'Oceano', 'Rio' e 'Lagoa' eram senhas para propinas de BendinePF deflagra Abate II e mira filho de ministro do TCU Aroldo CedrazVaccarezza foi preso em São Paulo na Operação Abate, desdobramento da Lava-Jato, na sexta-feira, 18. Com ele foram apreendidos ao menos R$ 122 mil. Para a PF, o ex-parlamentar já disse que uma parte do dinheiro vivo apreendido pela operação em sua casa é "empréstimo de um amigo" e a outra foi declarada à Receita.
A Abate apontou que Cândido Vaccarezza, líder do PT na Câmara, entre janeiro de 2010 e março de 2012, usou "a influência decorrente do cargo em favor da contratação da Sargeant Marine pela Petrobras, o que culminou na celebração de doze contratos, entre 2010 e 2013, no valor de aproximadamente US$ 180 milhões".
O ex-deputado teria recebido propina de US$ 500 mil. O advogado dele já disse que "não há provas de participação de Vaccarezza no esquema que vitimou a Petrobras".
No relatório que pede a conversão da prisão de Vaccarezza, o delegado Filipe Hille Pace afirma que a atuação do ex-parlamentar não se resumiu a este contrato.
"Existem indícios, assim, de atuação de Cândido Elpídio de Souza Vaccarezza em outros assuntos na Petrobras nos quais, conforme registros apresentados, havia explícita previsão de contrapartidas financeiras indevidas para o Partido dos Trabalhadores", anotou o delegado. "Existem robustos elementos probatórios de que a atuação criminosa de Cândido Elpídio de Souza Vaccarezza na Petrobras não se limitou ao seu suporte político para a contratação da empresa Sargeant Marine pela estatal."
O parecer da PF afirma ainda que a quebra telemática de Vaccarezza apontou "novas provas acercas de outros crimes supostamente praticados" pelo ex-deputado.
"Observou-se que o investigado, possivelmente para apagar registros de conversas não republicanas mantidas por aparelho celular, utilizava-se de aplicativo confidencial de mensagens com criptografia e programação de auto-destruição", observou o delegado. "As mensagens existentes sugerem que Candido Vaccarezza utilizava referido aplicativo para se comunicar, havendo menção aos seguintes usuários: 'Vadao Gomes', 'Manoel Cantoara', 'Ivan Azevedo', 'João Locco', 'Francisco Thomaz', 'Edmilson Valentim', 'Henrique De bastos Malta', 'Afonso Coelho', 'Henrique Malta', 'Edson Campos', 'Rodrigo Loures', 'Ma No', 'Luciana Muller', 'Bruno Araujo', 'Chico Campos'."
Para a PF, "Rodrigo Loures" é o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, o "homem da mala". Loures foi filmado, em abril deste ano, em ação controlada da Federal, andando apressado em São Paulo com uma mala com R$ 500 mil em propina.
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