Brasília, 23 - A votação da Proposta de Emenda Constitucional da reforma política foi adiada pela terceira vez por causa da falta de consenso sobre os principais pontos do texto: a modificação no sistema eleitoral e a criação de um fundo abastecido com verbas públicas para as campanhas. Para facilitar sua aprovação, esses temas serão votados separadamente.
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Câmara retira fixação de mandato para ministros do STF da reforma políticaDeputados continuam a divergir sobre reforma política; ideia agora é fatiar votaçãoA reforma política e os seus dois polosReforma está sendo feita para atender interesses da reeleição, diz FerraçoCâmara tenta retomar nesta terça votação da reforma políticaFundo bilionário para financiar campanha eleitoral é barrado na CâmaraOs parlamentares também excluíram da PEC a previsão de que o fundo eleitoral receberia R$ 3,6 bilhões no ano que vem. O artigo que vinculava o Fundo Especial de Financiamento da Democracia a 0,5% da receita corrente líquida foi suprimido. A ideia é facilitar a aprovação do fundo entre os parlamentares que acham o montante exagerado e abafar as críticas da opinião pública e da área econômica do governo. A medida recebeu o apoio de 441 deputados.
Parlamentares da oposição, que são contra o distritão, afirmaram que o placar da votação que fatiou a PEC e determinou que a alteração do sistema eleitoral seria votado antes da criação do fundo demonstra que não há votos para a adoção do modelo majoritário em 2018. Foram apenas 241 votos a favo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) anunciou que a votação deve ser retomada na próxima terça-feira, 29. Cada um dos artigos será votado separadamente e precisará de 308 votos.
Nesta quarta, a Câmara avançou também na análise de outra PEC, a que acaba com as coligações nas eleições proporcionais já em 2018 e estabelece uma cláusula de desempenho para as próximas eleições. O texto foi aprovado em comissão e deve ir a plenário na próxima semana. Como foi modificado na Câmara, de qualquer maneira, terá de ser analisado novamente no Senado, onde foi originado.
Há ainda em discussão na Casa um projeto de lei com mudanças nas regras de partidos e eleições, dando, por exemplo, 90% de desconto em multas dos partidos. Esse texto ainda precisa ser votado na comissão.
Para que todas essas mudanças possam valer nas eleições de 2018, os projetos têm de ser aprovados pela Câmara e pelo Senado até a primeira semana de outubro..