A decisão do presidente Michel Temer (PMDB) de editar medida provisória que extingue a Reserva Nacional de Cobre, localizada nos estados do Pará e do Amapá, tem provocado reações. Nesta quinta-feira, a modelo Gisele Bundchen usou seu perfil nas redes sociais para criticar o decreto. “Vergonha! Estão leiloando nossa Amazônia! Não podemos destruir nossas áreas protegidas em prol de interesses privados”, postou.
Além das críticas, Gisele convocou a população para reagir e demonstrar insatisfação com a decisão de Michel Temer. “Convoco a todos os brasileiros a dizerem não ao abrandamento da proteção da Amazônia, seja por decreto, medida provisória, projeto de lei ou o que for. Vamos nos unir e usar a hastag #todospelaamazonia e mostrar ao governo que não estamos de acordo com o fatiamento da Amazônia para exploração. Essa é a nossa floresta, nossa água, nossa vida – nosso planeta!”.
Em suas redes sociais, a modelo ainda compartilhou mensagem do cineasta Fernando Meirelles, e da ex-senadora Marina Silva (Rede).
A reserva, que deixou de ser protegida depois do decreto de Temer, havia sido instituída em 1984. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), na edição dessa quarta-feira. Segundo o texto, a extinção da reserva e seus associados “não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira”.
Passados 33 anos desde a criação da reserva, o que de fato se criou sobre essas terras foram delimitações de sete florestas protegidas e duas terras indígenas, cobrindo praticamente 80% de toda a área.
A área engloba nove áreas protegidas: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e do Amapá, a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e as Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d’Este.
De todas essas unidades e terras indígenas, apenas uma parcela da Floresta Estadual Paru prevê atividades de mineração. Nas demais áreas, a exploração é 100% proibida, seja por causa da relevância ambiental da unidade ou por falta de um plano de manejo florestal.