O ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (Detro-RJ) Rogério Onofre se entregou neste sábado, 26, à Justiça. Ele era considerado foragido. Após ser colocado em liberdade pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Rogério Onofre foi alvo de um novo mandado de prisão do juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, do Rio, na Operação Ponto Final - desdobramento da Lava Jato que cercou a cúpula do Transporte no Rio.
Segundo o advogado Yuri Sahione, que defende o ex-presidente do Detro, Onofre "se sentiu inseguro após sair da cadeia". O defensor afirma que está avaliando as medidas a serem tomadas.
Após ser beneficiado pelo habeas corpus concedido por Gilmar, o ex-presidente do Detro havia indicado sua casa, em Paraíba do Sul, no sul do estado do Rio, como endereço domiciliar. As medidas restritivas impostas pelo STF previam que ele deveria ficar lá à noite e nos finais de semana. Nesta sexta, porém, não foi encontrado no endereço.
O novo mandado de prisão foi decretado pelo juiz Marcelo Bretas no início da tarde. O magistrado justificou o pedido a "indícios suficientes que apontam para a autoria de crime de ameaça e possível delito de obstrução da Justiça".
O Ministério Público Federal informou a Bretas que às 7h da quarta, 23, a defesa do investigado Nuno Coelho entregou aos investigadores uma mensagem e um áudio, que continha a ameaça de Onofre - supostamente feita antes de o ex-presidente do Detro ser preso.
"Vê se você me arruma o meu dinheiro aí, dá um jeito, vocês não estão dando solução de nada, vocês não estão conversando, vocês têm imóveis aí não dão nada, vocês não se…. Vocês devem estar agora… O que vocês devem estar fazendo?", diz Onofre no áudio. "Vocês ainda não foram… morreram… porque eu quero receber, mermão. Agora eu tô percebendo que vocês não vão pagar mesmo, aí então… nós vamos resolver isso de… f*! Pelo menos eu esqueço essa merda aí."