O ex-governador do Ceará e pré-candidato a presidente da República, Ciro Gomes, disse neste domingo que acredita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vai concorrer às eleições em 2018, “não por causa de uma sentença, mas por causa da rejeição”. Ele fez a declaração em Montes Claros, onde participou de uma convenção regional do seu partido, ao lado do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Ciro encerrou uma visita de três dias ao estado, sendo que antes esteve em Contagem (Região Metropolitana) e Governador Valadares (Leste de Minas).
Por outro lado, Ciro Gomes afirmou que entende que Lula, mesmo estando em campanha agora, não vai concorrer a Presidência em 2018 porque, embora apareça bem nas pesquisas, enfrenta uma rejeição elevada. “O Lula saiu da Presidência da Republica (em primeiro de janeiro de 2011) com uma aprovação de 83% e agora tem uma aceitação de 30% nas pesquisas. Isto quer dizer que ele enfrenta uma rejeição de mais de 50% da população. Então, ele não vai querer sair candidato para não prejudicar a biografia dele”, avalia o pedetista, lembrando que as campanhas políticas no Brasil também costumam ser marcadas “pelo ódio”.
Ao discursar durante o encontro partidário, realizado na Câmara Municipal de Montes Claros, o pré-candidato do PDT fez duras críticas ao governo do presidente Michel Temer e também, sem citar nomes, alfinetou possíveis adversários na disputa presidencial de 2018. No entanto, “aliviou” ao fazer menção ao ex-presidente Lula, que, segundo ele, fez um “governo respeitável”.
O ex-governador cearense é ventilado como um possível candidato a ser apoiado pelo PT caso Lula não venha a concorrer novamente à Presidência. Porém, ele negou que estivesse se colocando como “uma alternativa” para os petistas caso o ex-presidente não entre na disputa no ano que vem. “Eu sou uma alternativa ao Brasil. Eu tenho uma idéia, uma proposta, e ela está mais detalhada do que a proposta de qualquer outro (pré-candidato). Eu acredito que tenho uma vida, uma experiência e capacidade para serem avaliadas. Quanto ao (ex) presidente Lula, eu digo que ele teve uma passagem respeitável pela Presidência porque estou em sintonia com o povo deste país”, alegou Ciro, que foi ministro da Integração Nacional do primeiro mandato de Lula.
“Por exemplo, durante o goveno Lula, o gasto social subiu de 15% para 22% do PIB (Produto Interno Bruto). E isso não é trivial. O salário mínimo subiu de 76 doláres pára 326 dólares. Eu sei que o percentual de crédito em proporção ao PIB passou de 17% para 55%”, disse que o pré-candidato. No entanto, ele ressaltou que “isso não quer dizer que o Lula não tenha cometido erros”. Salientou que o petista cometeu “erros gravíssimos” na Presidência da República e que um deles foi “não ter apresentado projetos para o país”. Disse também que “não houve institucionalização dos avanços, que estão sendo desmontados rapidamente por Michel Temer”.
Ainda segundo Ciro Gomes, o “erro mais grave”e “imperdoável” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi cometido na política, por ter apoiado como sua sucessora a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), afastada do cargo no segundo mandato em um processo impeachment em 17 de abril de 2015. “Aproveitando a popularidade generosa que ele merecia, ele impôs a nós todos uma candidatura de uma pessoa honrada, mas inexperiente – que não tinha experiência poltiica, que era a Dilma Rousseff - e mais grave- colocou dois bandidos na linha de sucessão, o Michel Temer e o Eduardo Cunha”, disparou o presidenciável do PDT.