O presidente Michel Temer defendeu o financiamento empresarial de campanhas eleitorais - hoje vedado pela legislação -, desde que as pessoas jurídicas restrinjam o apoio financeiro a um determinado partido ou candidato. Com isso, casos com o da JBS, que doou para quase 2 mil integrantes de praticamente todas as siglas nas eleições mais recentes, seriam inviabilizados.
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Temer aposta nas concessões para ganhar popularidadeTemer: anúncio de privatizações é medida corajosa e deve gerar empregos e rendaAmbientalistas alertam para risco de decreto de Temer virar tragédiaTemer: eu converso com quem eu quiser e onde eu quiserCâmara vota regra de financiamento eleitoral durante a madrugadaAinda no âmbito da reforma política, Temer fez a defesa do sistema distrital misto para a composição da Câmara de Deputados, das assembleias legislativas e das câmaras municipais. "(Defendo o) voto majoritário com a seguinte circunstância: não pode sair do partido", disse o presidente. Ele refutou a ideia de que essa modalidade de escolha dos representantes enfraqueceria as legendas, já que poderia provocar a personalização das eleições. "Você já tem uma regração da fidelidade partidária."
O sistema distrital misto, segundo Temer, conserva as características principais do modelo distrital, que ele já defendeu, em outras ocasiões, como deputado federal e jurista. A criação de distritos eleitorais evitaria, de acordo com ele, distorções como a eleição "indireta" de deputados que entram no Parlamento "carregados" por puxadores de votos - como ocorreu nos casos das eleições de Enéas Carneiro, em 2002, e Tiririca, em 2010, para a Câmara.
Leniência
Questionado sobre a lentidão do fechamento de acordos de leniência com as empresas envolvidas na Lava Jato ou em escândalos semelhantes, Temer disse que diferentes órgãos - como Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas da União (TCU) e Advocacia-Geral da União (AGU) - façam uma "composição global" para que "todo mundo junto" examine os casos. O presidente concordou que há demora na assinatura dos acordos, o que pode prejudicar a retomada da economia e a geração de empregos.
Privatizações
Temer ainda defendeu, na entrevista, o pacote de privatizações anunciado na semana passada. "Contestações são naturais. Se o Parlamento recusar, recusado está. Mas lembro da PEC do Teto, da reforma trabalhista, (que também foram criticadas), foram aprovadas." O presidente afirmou que o calendário eleitoral não prejudica o cronograma de aprovação do pacote. "As pessoas perceberão que é para gerar empregos, não para prejudicar ninguém."
Doria
Questionado pelo jornalista do SBT se teria convidado o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), para ingressar no PMDB com vistas à eleição presidencial do ano que vem, Temer negou. "Não houve convite a Doria", afirmou..