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Estado de Minas

Diretor do filme da Lava-Jato diz que 'carregou na tinta' para dar emoção

Marcelo Antunez afirmou que obra "não é documentário, é um filme de ficção"


postado em 29/08/2017 13:01 / atualizado em 29/08/2017 17:04

Marcelo Antunez, diretor do longa Polícia Federal - A Lei é Para Todos(foto: Reprodução)
Marcelo Antunez, diretor do longa Polícia Federal - A Lei é Para Todos (foto: Reprodução)

Em coletiva de lançamento do filme Polícia Federal - A Lei é Para Todos na manhã  desta terça-feira, em Curitiba (PR), o diretor do longa, Marcelo Antunez, voltou a negar qualquer possibilidade de viés político no longa. Apesar disso, ele revelou ter simpatia maior por causas e partidos progressistas. "Eu sempre me posicionei à esquerda e votei em partidos da esquerda", disse.

Antunez, no entanto, afastou a possibilidade de o longa ser um retrato fiel do que aconteceu. "Qualquer filme baseado em fatos reais tem que tentar ouvir o máximo possível de pessoas que estavam ali quando o fato ocorreu (...) Mas não é um documentário, é um filme de ficção", ressaltou.

O diretor disse ainda que é necessário que alguns pontos ganhem um toque de arte para poder provocar o público.  "A gente precisa intensificar certas emoções, por isso a gente carrega a tinta em algumas coisas".

A intenção da produção é que o filme seja uma trilogia. Inclusive, os trabalhos no roteiro do próximo já estão sendo realizados, mas ainda sem data de estreia. Mas pode ser que o projeto vá além. "Enquanto a Lava-Jato for assunto e o povo estiver gostando a gente vai contando essa história", revelou.

Polícia Federal - A Lei é Para Todos trata dos fatos ocorridos desde a deflagração da operação, em março de 2014, até março de 2016. O próximo roteiro, vai tratar de abril a até às atuais fases, segundo o diretor.

Sobre o juiz Sérgio Moro, responsável por julgar os casos da Lava-Jato, o diretor contou que, por ser "muito discreto", retratar sua participação poderia ser um "problema".

"Ele é uma pessoa muito discreta, reservada, o que seria um problema para o roteiro. Mas como optamos contar a história do ponto de vista dos investigadores, nesse caso, o juiz não tem muito protagonismo, já que ele julga depois", disse.

O filme ainda exibe um pronunciamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando anuncia a nomeação do ex-presidente Lula como ministro. A escolha pela figura da própria Dilma em vez de uma atriz foi por ela não ser investigada e não ter denúncia contra ela. "Ela não é investigada, por isso não deveria ter um personagem. Se a gente fosse usar uma atriz eu não me sentiria bem e não faria sentido", contou.

Já o ator Antônio Calloni, que interpreta o delegado Ivan, ressaltou que a intenção dos atores foi mostrar os bastidores das ações que culminaram nas diversas fases da operação. "Não estamos aqui oferecendo a verdade absoluta (...) E o filme mostra erros e acertos dos agentes. Mas o principal que ele faz é provocar o debate", espera.

O filme conta a história da Lava-Jato desde que foi deflagrada até a condução coercitiva do ex-presidente Lula. A expectativa para o próximo filme é que ele conte sobre a delação do empresário Joesley Batista, que acusou o presidente Michel Temer de corrupção.


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