Quatro dias após amputar dois dedos, o ex-governador Joaquim Roriz voltou a ser hospitalizado. O político foi levado novamente ao Hospital do Coração do Brasil, na Asa Sul. A equipe médica avalia a necessidade de aumentar a amputação por conta do agravamento do diabetes.
A família ainda não comentou o retorno a unidade médica. Aos 81 anos, Roriz retirou dois dedos do pé no último sábado (26/8).
Leia Mais
Tribunal abre ação contra filha de Roriz por lavagem de dinheiroSTF aceita denúncia contra deputada Jaqueline Roriz por peculatoEx-governador Joaquim Roriz é internado em hospital de BrasíliaEx-governador Joaquim Roriz tem perna amputada em complicação do diabetesO quadro clínico chegou a melhorar com a implantação de um stent, para desobstruir as artérias.
Doente renal crônico há mais de uma década, Roriz tem que se submeter a sessões diárias de hemodiálise para filtrar o sangue. Em 2015, Roriz passou mal em casa.
Em distâncias maiores, precisa usar cadeira de rodas. Em 2014, chegou a entrar na fila para o transplante de rim, mas não pode ser submetido ao procedimento porque não tinha condições de realizar o procedimento com sucesso.
Trajetória política
Ainda na década de 1970, Roriz iniciou a carreira política como vereador de Luziânia, distante 60km de Brasília, e depois como deputado estadual por Goiás. Em 1986, venceu a eleição para o cargo de vice-governador de Goiás.
Seu primeiro mandato para governar o Distrito Federal veio pelas mãos do ex-presidente da República José Sarney em 1988 — à época, a capital não elegia seus gestores, o que ocorreu com a promulgação da Constituição Federal em outubro do mesmo ano.
Roriz integrou o ministério do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1990.
Ficou conhecido pela política habitacional de distribuição de lotes em áreas públicas, criando cidades como Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas, entre outras.
O terceiro mandato de Roriz começou em 1999 e durou até março de 2006, quando renunciou em favor de sua vice, Maria de Lourdes Abadia para lançar-se candidato ao Senado. Sua sucessora disputou a reeleição para permanecer no cargo até 2010, mas foi derrotada no primeiro turno por José Roberto Arruda.
Roriz renunciou ao cargo julho do mesmo ano, após se envolver no escândalo de desvios de dinheiro BRB, escapando do processo de cassação do mandato que poderia deixar 8 anos inelegível.
Quebra de decoro
Em abril de 2010, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal acatou a denúncia o Ministério Público Federal em que Roriz é acusado de desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Em quatro de agosto de 2010, o Tribunal Regional Eleitoral do DF negou por quatro votos a dois a candidatura de Roriz ao Executivo local. Três anos antes, Roriz renunciou o mandato de senador para escapar da cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado..