Brasília, 01 - À espera de uma segunda denúncia, o presidente Michel Temer decidiu partir para o ataque político, na tentativa de criar uma "vacina" contra as acusações que podem abalar novamente o governo, aumentando a crise. Em nota divulgada nesta sexta-feira, 1, Temer desqualifica o operador Lúcio Funaro, que firmou acordo de delação com o Ministério Público, e chama o empresário Joesley Batista de "grampeador-geral da República".
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Delação de Funaro retorna ao STF após ajuste na PGRTemer pediu 'comissão' de R$ 20 mi, diz FunaroFunaro confirma participação de Temer e Cunha em acerto de propina em contrato com a OdebrechtLúcio Funaro entra com queixa-crime contra José Yunes, ex-assessor de TemerJoesley Batista chama presidente Temer de 'ladrão geral da República'JBS cita políticos de Minas em anexos de delaçõesA nota destaca que Funaro foi preso há um ano por "ameaçar de morte" seus ex-parceiros comerciais e diz não estar claro como se deu sua "conversão" diante do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em tom de ironia, a nota pergunta qual "mágica" teria feito o operador, "que traiu a confiança da Justiça e do Ministério Público", ganhar agora credibilidade. Não é só: lembra que ele já foi classificado pelo MP como "uma pessoa que tem o crime como modus vivendi".
A reportagem apurou que a delação de Funaro atinge não apenas Temer e o governo como várias figuras de expressão no PMDB. "Diante da vontade inexorável de perseguir o presidente da República, Funaro transmutou-se em personagem confiável. Do vinagre, fez-se vinho.
O Palácio do Planalto recebeu informações de que a denúncia de Janot contra Temer será, desta vez, por obstrução de Justiça. A menciona o diálogo gravado clandestinamente por Joesley para sustentar que o presidente "jamais" obstruiu a Justiça.
"A gravação usada pelo seletivo acusador desmente a acusação. Outro agravante é o fato de o grampeador-geral da República ter omitido o produto de suas incursões clandestinas ao Ministério Público. No seu gravador, vários outros grampos foram escondidos e apagados. Joesley mentiu, omitiu e continua tendo o perdão eterno do procurador-geral. Prêmio igual ou semelhante será dado a um criminoso ainda mais notório e perigoso como Lúcio Funaro?", provoca a nota.
A primeira denúncia contra Temer, por corrupção passiva, foi rejeitada pelo plenário da Câmara em 2 de agosto e a segunda acusação deve ser apresentada nos próximos dias por Janot, que deixa o cargo no próximo dia 17.
Na avaliação do Planalto, os delatores prestaram falso testemunho na Operação Bullish e puderam, "camaradamente", "corrigir" suas mentiras ao procurador-geral. "Sem um puxão de orelhas sequer", diz o texto divulgado pela Secretaria de Comunicação do governo. .