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Estado de Minas

Na China, Temer associa reforma a emprego

O presidente disse que o país vive um momento de otimismo, durante discurso a empresários dos países dos Brics


postado em 04/09/2017 06:00 / atualizado em 04/09/2017 08:48

Xiamen, China – Em discurso a empresários dos países dos Brics na China, o presidente Michel Temer atribuiu a recente queda do desemprego no Brasil à aprovação da reforma trabalhista. Sancionada em meados de julho, ela só entrará em vigor em novembro. Temer disse que o país vive um momento de confiança e otimismo “fortes” e está “aberto” a grandes negócios.

O presidente repetiu as linhas gerais do discurso que havia feito no dia anterior a empresários brasileiros e chineses em Pequim. Disse que o país atravessa um momento de modernização, mencionou as reformas já aprovadas e afirmou que ainda pretende promover a simplificação tributária e mudanças nas regras da Previdência Social.

Temer recuou da decisão de antecipar sua volta ao país diante da iminência da apresentação da nova denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra ele, e resolveu cumprir toda a agenda no país asiático. Chefe de uma gestão marcada por recuos e mudanças de posições, ele afirmou que não há lugar para “improvisos” no mundo de hoje.

“Quem deseja prosperar tem de fazer a lição de casa, tem de se antecipar ao futuro. E, no Brasil, para pôr em ordem as contas públicas, temos conduzido reformas que há muito tempo foram adiadas, mas que restituem a saúde fiscal do Estado brasileiro.” O evento teve participação de cerca de 1.000 representantes de grandes empresas.

No fim da tarde, Temer se reuniu no hotel em que está hospedado com dirigentes de companhias brasileiras que participam do Conselho Empresarial dos Brics: Embraer, Vale, Banco do Brasil, Weg e BRF, além da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Hoje, Michel Temer participa feira da reunião de cúpula dos países dos Brics, na cidade de Xiamen, no sul da China. O presidente também terá uma reunião bilateral com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

RESULTADO

A reforma trabalhista terá papel decisivo na retomada do mercado de trabalho. O Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), prevê que a Lei 13.467/2017, que moderniza a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), vai auxiliar na geração de 260 mil postos formais a mais do que o previsto para os próximos dois anos, caso o texto não tivesse sido aprovado no Congresso Nacional e sancionado pelo presidente da República, Michel Temer.

Como a lei entra em vigor apenas em 11 de novembro, os efeitos ficarão para os próximos anos. Das 260 mil vagas a mais previstas entre 2018 e 2019, o Ibre-FGV prevê que 143 mil postos com carteira assinada serão gerados no próximo ano. O instituto traçou dois cenários. Em um ambiente com a reforma aprovada, a expectativa é de que as admissões superem as demissões em um total de 475 mil postos. Sem a reforma, a geração de vagas seria de 332 mil, em 2018.


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