O ex-gerente da Área Internacional da Petrobras Demarco Jorge Epifânio entregou ao juiz federal Sérgio Moro, no domingo, 3, comprovantes de que tirou US$ 188 mil do banco Credicorp, no Panamá, e depositou em conta judicial.
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TCU vê desvios até 70% maiores na PetrobrasTCU isenta parte dos executivos da Petrobras de punições por Pasadena'Nunca precisei de apoio político para progredir', diz ex-diretor da PetrobrasEpifânio é acusado de receber propinas no âmbito da contratação do navio-sonda Petrobras 10.000 do estaleiro coreano Samsung ao custo de US$ 586 milhões entre 2006 e 2008. No mesmo contrato e também nos negócios envolvendo o Vitória 10.000, o Ministério Público Federal denunciou Jorge Luz e Bruno Luz, apontados como operadores do PMDB, que admitiram ter intermediado propinas de R$ 11,5 milhões aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA) e ao deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE).
Em depoimento a Moro o ex-gerente da área Internacional da petrolífera negou ter participado das tratativas que levaram à aprovação do negócio e disse ter liderado a equipe responsável por transformar a carta de intenção que havia sido assinada com o Estaleiro Samsung num contrato e um memorando de entendimento assinado com a empresa Mitsue.
Após o trabalho, ele diz ter sido chamado por Luis Carlos Moreira, também da área Internacional da Petrobras, que teria oferecido US$ 1 milhão como umas espécie de prêmio.
"Eu falei 'Como assim, prêmio, o trabalho está feito', e ele falou 'Não, você vai ganhar um prêmio, e você tem alguma conta fora?'. Eu disse 'Claro, Moreira, eu estou morando na Inglaterra, eu tenho minha conta do HSBC, minha conta salário', 'Não, não, não, tem que ser uma conta offshore'. Ele me sugeriu então, me indicou a conta no Banco Clariden Leu lá na Suíça. Eu fui à Suíça então por orientação dele para encontrar com a gerente, que ele já havia entrado em contato para me receber, e me ofereceu o valor de 1 milhão de dólares por esse trabalho que eu havia feito. Desses momentos da vida, Excelência, que a gente fica diante de circunstâncias, e sucumbi à oportunidade, talvez fiquei cego por aquilo que estava sendo me oferecido”, relatou.
Epifânio afirmou a Moro que foi informado de que os valores eram referentes à comissão do lobista da Mitsue, Julio Camargo, que também é delator na Lava Jato.
O ex-gerente ainda afirmou que inicialmente os valores foram internados em uma conta na Suíça e, depois, tudo foi repassado para a conta da offshore no Panamá, titular da conta Quantica Investiments, no Credicorp Bank.
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