São Paulo - Os novos áudios da delação de executivos da J&F entregues à Procuradoria-Gereal da República (PGR) na semana passada citam os nomes de três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e a presidente da Corte, Carmén Lúcia. Em nenhum deles, há menção ou atribuição a algum tipo de crime, de acordo com informações apuradas pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou na noite desta segunda-feira, 4, a abertura de investigação que pode levar à rescisão do acordo de delação premiada de Joesley Batista e mais dois delatores do grupo J&F - os executivos Ricardo Saud e Francisco de Assis Silva.
A decisão foi tomada com base no áudio de conversa entre Joesley e Saud entregue à PGR em 31 de agosto. A conversa revelaria o que Janot chamou de indícios de "crimes gravíssimos" envolvendo Marcelo Miller, ex-procurador que foi seu auxiliar. "Além disso, há trechos no áudio que indicam a omissão dolosa de crimes praticados pelos colaboradores, terceiros e outras autoridades, envolvendo inclusive o STF", diz o pedido entregue por Janot ao Supremo.