Brasília - O presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, rechaçou a possibilidade de envolvimento de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em ilícitos com os delatores da JBS e afirmou que muitas vezes as pessoas vendem proximidade inexistente com os magistrados.
Leia Mais
Delação da J&F era 'extremamente problemática', afirma Gilmar MendesDeputados avaliam que Janot sai enfraquecido com possível anulação da delação da JBSMaia chora ao homologar acordo de recuperação fiscal do RioMaia afirmou que, mesmo não conhecendo o conteúdo dos áudios, tem convicção de que os ministros do STF são eventualmente citados de forma irresponsável. "Não tenho dúvida que são pessoas tentando falar de relações que muitas vezes não têm. Muita gente quer vender proximidade com ministros do Supremo que essas pessoas não têm.
Enfraquecimento
O presidente da República em exercício disse também que não sabe se os novos fatos trazidos à tona pelo Procurador-Geral da República, que colocam suspeitas na delação a JBS, podem enfraquecer uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. "Não sei (se enfraquece a denúncia e fortalece Temer). Ontem estávamos discutindo como é que ia ser a denúncia: qual o prazo, quando ela vem. Agora estamos discutindo a reorganização da delação da JBS. O Brasil é um país em que em 12 horas tudo pode mudar", comentou.
Apesar de não fazer juízo de valor, Maia negou que o questionamento da PGR possa inviabilizar a denúncia e fez elogios à atuação de Janot. "Não, o que eu acho é que ele deu um prazo muito curto para se esclarecer esta questão.
Agenda na Câmara
Maia afirmou ainda que a agenda da Câmara continuará a mesma e, se a denúncia chegar, ela será votada sem paralisar o andamento da Casa. "Acho que a Câmara vai continuar trabalhando. Na hora que tiver que votar a denúncia, vamos votar a segunda denúncia, se ela existir", disse. "A gente deveria discutir uma segunda denúncia quando ela for efetivamente apresentada e o Dr. Janot tem até o dia 17 pra isso", completou, em referência a data em que Janot deixa o cargo.
O presidente em exercício disse ainda que, assim que o conteúdo dos áudios for revelado, é "claro" que haverá um caminho para "fortalecer ou enfraquecer" a delação da JBS. "Ele recebeu de forma surpresa os áudios que não conhecemos ainda o conteúdo e acho que ele vai tomar as decisões duras que tem tomado ao longo do mandato dele como procurador da República", comentou.
.