O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), apresentou nesta terça-feira sete requerimentos para convocar autoridades a prestar esclarecimentos sobre, entre outras coisas, o acordo de delação premiada firmado entre o empresário Joesley Batista e o Ministério Público Federal, que abasteceu as denúncias contra o presidente Michel Temer.
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Imbassahy: revelações de Janot fragilizam eventual segunda denúncia contra TemerJanot diz que viveu um dos dias mais tensos no cargo, após dúvidas sobre delação da JBSEm votação relâmpago, CPMI da JBS aprova convite ao ex-PGR Rodrigo JanotFachin retira sigilo dos novos áudios da delação da JBS Maia volta a parabenizar Janot por abertura de investigação sobre delação da JBSOAB pede ao STF quebra de sigilo de áudios da delação da JBSOs pedidos devem ser aprovados pela maioria do colegiados antes de serem encaminhados às autoridades. A votação dos requerimentos deve acontecer, no entanto, somente na próxima semana, dia 12, quando a CPMI vai se reunir novamente. Um dos motivos para os requerimentos não terem sido colocados em apreciação foi a dúvida sobre os poderes da CPMI de convocar um magistrado como Janot.
Diante dessa impossibilidade, o vice-presidente da comissão, senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), sugeriu que o requerimento elaborado especificamente para Janot seja transformado num convite. Já os outros seis nomes seriam obrigados a comparecer no colegiado. Todos os requerimentos só devem ser analisados pelos parlamentares na semana que vem.
Questionado se o requerimento tinha intenção de constranger Janot, Ataídes Oliveira rechaçou essa possibilidade. "De forma alguma, ninguém está acima da lei. Eu tenho dito que a justiça tem que ser feita para condenar e absolver. E o PGR tem feito um trabalho magnífico para o nosso País.
Relatoria
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) criticou a possibilidade do deputado Carlos Marun (PMDB-RS) ser escolhido o relator da CPMI da JBS. Para Rodrigues, o nome do Marun "deixa claro" que a comissão será usada como retaliação às investigações que atingiram o presidente Michel Temer.
"Vixe", reagiu o senador do Amapá ao saber do movimento para emplacar Marun como relator na CPMI. "Agora caiu a ficha de retaliação, está claro que é retaliação. Se o relator for esse, está claro que é uma retaliação", afirmou.
Antes de ser informado pela reportagem que o nome do peemedebista estava sendo cotado para o posto, Rodrigues já havia manifestado desconfiança pelo fato da comissão ter sido instalada um dia depois do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ameaçar cancelar o acordo de delação premiada com os irmãos Batista.
"Eu espero que seja mera coincidência, mas é muito estranho a instalação dela (CPMI) um dia depois o pronunciamento do PGR. Muito estranho como ela está se processando", alertou.
"Nós temos uma organização criminosa, um sistema criminoso que está reagindo a uma ação de investigações que não teve precedentes na história brasileira. Esse sistema criminoso tem tentáculos em todos os poderes. Em todos os cantos, aqui só é uma das parcelas desse sistema criminoso", complementou.
Marun é hoje um dos principais nomes da tropa de choque do governo Michel Temer. O deputado está hoje na comitiva presidencial que foi a China por conta de uma reunião dos Brics. Ele acompanha o presidente Michel Temer no compromisso diplomático.
O deputado peemedebista ficou conhecido por ser um dos parlamentares mais fiéis ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, condenado no âmbito da Operação Lava-Jato.
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