Brasília, 06 - O presidente Michel Temer, por meio de seus advogados, protocolou nesta quarta-feira, 6, no gabinete do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, pedido de acesso a áudios de um outro delator da JBS, o advogado Francisco de Assis e Silva. A defesa alega que o presidente, "em outras manifestações", mencionou que Assis e Silva teria "participado de treinamentos com procuradores da República e delegados federais" antes de firmar o acordo de delação premiada pelo grupo J&F.
O pedido foi protocolado menos de 48 horas depois que o procurador-geral da República Rodrigo Janot anunciou abertura de investigação sobre suposta omissão dos delatores da JBS, o que põe em risco o acordo.
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Fachin retira sigilo dos novos áudios da delação da JBS OAB pede ao STF quebra de sigilo de áudios da delação da JBSRevisão de delação da JBS favorece Temer na CâmaraTemer solicita áudios da JBS ao ministro FachinComissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) da JBS é instalada no CongressoFachin determina envio imediato de denúncia contra Loures à Justiça Federal do DF'Fatos acabaram mostrando que eu tinha razão', disse Temer sobre Marcelo MillerA defesa do presidente anota que, na homologação de acordo de colaboração premiada, Assis e Silva e os outros delatores da JBS "comprometeram-se a falar a verdade sobre todos os fatos de que tivesse conhecimento". "Inclusive anuíram com a renúncia à garantia contra a autoincriminação e ao exercício do direito ao silêncio."
Mariz destaca que o ministro determinou o desentranhamento de áudios que estavam apensados ao Inquérito 4483 "para serem anexados aos presentes autos". "Tais áudios dizem respeito a conversas envolvendo o colaborador Joesley Batista e o também colaborador Francisco de Assis e Silva, com outras pessoas."
"Em nome do princípio constitucional da ampla defesa, requer-se acesso a todos os áudios gravados pelos colaboradores, inclusive aqueles nos quais o dr. Francisco de Assis e Silva esteja entre os interlocutores, pois aqui não se trata de um advogado, e sim, repita-se, um colaborador cuja vinculação à presente investigação não está acobertada pelo sigilo
profissional."
(Breno Pires, Rafael Moraes Moura e Beatriz Bulla).