Brasília, 07 - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira (7) acreditar que, após ouvir os novos depoimentos dos delatores da JBS ainda hoje, a Procuradoria-Geral da República (PGR) vai tomar uma decisão dura. "Acho que a decisão do que aconteceu esta semana, ela vai aprofundando as investigações, vai esclarecendo algumas polêmicas nos próximos dias em relação à delação da JBS. Mas acho que a procuradoria vai tomar a decisão correta. A procuradoria tem tomado decisões duras e não tenho dúvida nenhuma que, nesse caso específico, não tenho dúvida que, depois de ouvir os delatores hoje e o ex-procurador amanhã, vai tomar decisão dura como tomou em outros casos", afirmou Maia, após assistir ao desfile de 7 de setembro, em Brasília.
Maia estava se referindo aos novos áudios que foram revelados em que o executivo Joesley Batista fala sobre uma suposta orientação do ex-procurador Marcelo Miller aos delatores para fechar o acordo com a PGR. Joesley, o diretor da empresa Ricardo Saud e o advogado Francisco Assis estão hoje na sede da PGR prestando depoimento, para esclarecer o teor desses áudios. Amanhã, a PGR vai ouvir o ex-procurador Marcelo Miller.
Questionado se o clima político no País tinha melhorado, após a revelação dessa gravação, que pode causar a revisão do acordo de delação da JBS, Maia disse que, no Brasil, os fatos têm ocorrido de uma forma muito rápida. Na segunda-feira, lembrou Maia, um pouco antes da coletiva do procurador-geral da República, se discutia como ia ser a segunda denúncia da PGR contra o presidente Temer. Em seguida, após a coletiva, o cenário mudou.
Maia foi ainda questionado sobre se a segunda denúncia contra o presidente Temer já chegará à Câmara com descrédito. "Nenhuma decisão da PGR tem descrédito. Pode ser aceita ou não como a primeira, mas nenhuma tem descrédito. Nós respeitamos os poderes, o STF, o Poder Executivo, respeitamos a PGR e o Ministério Público. Nada tem descrédito", afirmou o presidente da Câmara, lembrando, no entanto que os deputados têm a soberania de decidir se aceitam ou não por maioria.
(Carla Araújo).