Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, o empresário Joesley Batista negou que tenha recebido orientação do ex-procurador Marcelo Miller para gravar o presidente Michel Temer, no acordo de colaboração dos executivos do grupo J&F.
Dar confiança às quatro horas de áudio que tumultuaram o cenário político brasileiro nos últimos dias, "seria o mesmo que acreditar em um bêbado dizendo que a Coreia do Norte vai invadir os EUA", disse Joesley. As informações são da Globo News.
Delatores
O depoimento fez parte do procedimento que deve revogar o benefício de imunidade penal concedido aos delatores. Em gravação, Saud e Joesley falaram sobre a suposta influência de Miller nas tratativas para a delação.
O ex-procurador foi exonerado no início de abril da PGR. Segundo o Ministério Público, o primeiro contato oficial dos executivos para falar de delação foi próximo do dia 27 de março.
Áudios picantes
Abundante em erros de concordância verbal, os novos diálogos de Joesley com Ricardo Saud são regados a whisky - e se dão ao som de axé music. "Nós vai ficar amigo do Janot" e "Nós não vai ser preso" são algumas das pérolas.