Advogados do empresário Joesley Batista, um dos donos da holding J&F, e do executivo Ricardo Saud informaram, de acordo coma Folha de S. Paulo, que seus clientes devem se entregar à Polícia Federal ainda neste domingo. Já a assessoria de imprensa do empresário confirmou à Agência Brasil que ele e o ex-executivo da J&F devem se apresentar à Polícia Federal entre hoje e amanhã.
A prisão temporária dos dois foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin ao aceitar pedido do procurador-geral da República Rodrigo Janot.
Na sexta-feira (8), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido para prender o empresário e dono do grupo J&F, Joesley Batista.
A prisão foi autorizada porque eles são suspeitos de omitir informações dos investigadores, o que quebra cláusulas do acordo de delação premiada.
Janot também pediu a prisão do diretor do J&F, Ricardo Saud, e do ex-procurador Marcello Miller. Fachin, no entanto, não autorizou a prisão de Miller.
No caso de Miller, há auxiliares de Janot que avaliam que ele atuou junto à JBS com uso de informações privilegiadas que possui por ter integrado a equipe de Janot e pode ter incorrido no crime de obstrução de justiça e exploração de prestígio.
Conversa gravada
Em conversa entregue pela própria defesa da JBS, Saud e Joesley conversam sobre a suposta interferência de Miller para ajudar nas tratativas de delação premiada. O ex-procurador ainda fazia parte do Ministério Público quando começou a conversar com os executivos, no final de fevereiro. Ele foi exonerado da instituição apenas em abril.
Na segunda-feira (4), Janot abriu um procedimento de revisão do acordo de delação dos empresários. Ele vai pedir a revogação do benefício de imunidade penal concedido aos delatores.