Ao contrário das previsões sobre a busca por novos nomes para concorrer às eleições de 2018, nos estados, os candidatos apresentados até agora são integrantes da política tradicional e muitos enfrentam processos na Justiça. A começar do fato de que apenas um terço dos 27 estados não ter o governador concorrendo à reeleição. Em 18 deles, o atual mandatário buscará mais quatro anos de gestão, apesar do extremo desgaste da classe política. “O risco é entrar o último ano de mandato com uma rejeição de 70%”, afirma o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos prováveis candidatos a um cargo no Executivo local no ano que vem.
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Planos de Lula para 2018 ficam em abertoPartidos já articulam nomes para a disputa pelo governo do estado em 2018Pré-candidatos ao governo de MG invadem redes sociais e municípiosJanot denuncia Lobão, Jader, Renan, Jucá, Raupp e Sarney por 'quadrilhão do PMDB'Em Alagoas, o candidato à reeleição é Renan Filho (PMDB), que, ao lado do pai, o senador Renan Calheiros, recebeu a comitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de braços abertos na semana retrasada. Renan Calheiros enfrenta vários processos no Supremo Tribunal Federal.O principal adversário é o prefeito de Maceió, o tucano Rui Palmeira. No Amazonas, Amazonino acaba de ser eleito governador pela quarta vez para um mandato tampão, o que lhe dá direito de concorrer no ano que vem, provavelmente contra o senador Eduardo Braga (PMDB) e a deputada Rebeca Garcia (PP).
No Acre, o governador Tião Viana não pode mais concorrer, mas são boas as chances de o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, perpetuar a dinastia petista que já dura 15 anos à frente do estado.
A disputa baiana tende a ser acirrada entre o governador Rui Costa (PT) e o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM). Camilo Santana (PT) sonha em reeleger-se mas pode ter a concorrência dos senadores Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jereissatti (PSDB). Em Minas Gerais, a grande incógnita é se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deixará o serviço público para tentar uma vaga ao Palácio da Liberdade, tendo como principal adversário, possivelmente, o governador Fernando Pimentel (PT). “Esse grand finale dele pode ter repercutido mal nos formadores de opinião (o recuo na delação). Mas tem o discurso de que foi humilde e recuou de uma decisão tomada e ainda jogou luz sobre o Supremo”, analisou um estrategista político.
Em Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) vai para a reeleição contra o ministro da Educação Mendonça Filho (DEM); o ex-prefeito do Recife João Paulo (PT); o ministro de Minas e Energia Fernando Bezerra Coelho Filho (PMDB) e o senador Armando Monteiro Neto (PTB). E no maior estado do país, São Paulo, os tucanos, que estão no comando desde 1994, desfilam uma infinidade de pré-candidatos mas não demonstram nenhuma unidade: Davi Uip, Luiz Felipe D´Ávila são cotados. O vice-governador Márcio França (PSB) quer concorrer com o apoio do PSDB e o peemedebista Paulo Skaff sempre é lembrado.
ELEITOR DESILUDIDO Para a vice-presidente da Ideia Inteligência, Cila Schulmann, o país vive um momento de alternância entre a busca pelo novo e a manutenção dos atuais nomes.
A eleição do Rio de Janeiro deverá ter pelo menos dois candidatos de fora do ambiente político: o técnico de vôlei Bernardinho (Partido Novo), ainda sem partido, e o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello (ainda sem partido). Podem disputar a eleição ainda o senador e ex-jogador de futebol Romário, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), além de Índio da Costa (PSD). (Com estagiária Maiza Santos, sob a supervisão de Paulo Silva).