A Polícia Federal e o Ministério Público fazem busca na manhã desta segunda-feira em São Paulo, nas casas do dono da JBS, Joesley Batista, e do ex-diretor de Relações Institucionais Ricardo Saud.
Os dois foram presos neste domingo, quando se entregaram, após pedido do procurador-geral Rodrigo Janot, aceito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin. Os dois passaram a noite na Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, e serão transferidos ainda nesta segunda-feira para Brasília.
A polícia cumpre quatro mandados de busca e apreensão em São Paulo. Além das residências de Joseley e Saud, o grupo da Operação Lava-Jato está na sede da J&F. As buscas são por documentos que comprovem a ligação dos empresários com o ex-procurador Marcelo Miller, que na sexta-feira (8) prestou um depoimento de mais de 10 horas na Polícia Federal.
A Operação Bocca, que apura a delação dos executivos da J&F, é uma alusão à Bocca della Verità, que tem como característica o papel de detector de menitras. Acredita-se que quem conta mentiras com a mão na escultura é mordido por ela.
"Nós não vai (sic) ser preso"
A PF procura ainda por áudios e documentos que ainda não tenham sido entregues na delação premiada da JBS.
Joesley e Saud tiveram a prisão decretada por omissões na colaboração fechada com o Ministério Público na qual envolveram vários políticos em um esquema de pagamento de propina. Em uma gravação, Joesley chegou a falar da impunidade que acreditava que iria imperar. "Nós não vai ser preso", disse.
Rio de Janeiro
Também estão sendo cumpridos mandadosno Rio de Janeiro, onde a PF faz busca na casa do ex-procurador Marcelo Miller. A PGR também pediu a prisão do ex-procurador, mas o pedido foi negado pelo ministro Fachin. Miller agora atua como advogado e é suspeito de ter ligações com os executivos da JBS quando ainda atuava na Procuradoria-geral da República.