O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta terça-feira (12) que o povo brasileiro só elegerá um político como o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), para a Presidência da República se tiver tendência suicida. Em visita a Belo Horizonte, onde participou de um congresso da Central dos Sindicatos Brasileiros, o presidenciável também fez críticas ao ex-presidente Lula (PT) e disse que o presidente Michel Temer (PMDB) só sai do cargo por renúncia ou morte.
Ao falar sobre a tendência de outsiders como Doria se terem apresentado bons resultados na política nas últimas eleições, o ex-ministro disse que o prefeito de São Paulo “é um velho político” que participou do governo Sarney. “(Doria) faz marquetagem, enganda os bobos, mas a máscara está caindo como farsante que é”, disse.
Ciro disse não acreditar que Dória tenha condições de se eleger presidente. “Para chegar à presidência um quadro dessa natureza, só se o povo brasileiro estiver com compulsão suicida muito grave. Porque, parte do que estamos pagando deve-se à experiência da Dilma, uma pessoa não treinada ter como primeira experiência a presidência da república”, disse.
Ciro Gomes disse que a tese do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de que as denúncias que pesam contra ele são perseguição, não se sustenta mais depois da delação do ex-ministro do seu governo Antônio Palocci. Segundo ele, a fala de um dos principais aliados do petista “fere o centro da narrativa de Lula e do PT”.
Corruptos e subornáveis
“Na medida em que o braço direito do Lula, como eu sei que era o Palocci, faz isso, fica muito difícil sustentar essa narrativa, ou pelo menos atribuí-la ao inimigo”, disse. Ciro afirmou que, mesmo que Lula prove ser inocente, ele tem responsabilidade política pela nomeação de quadros como o próprio Palocci e Geddel Vieira Lima (PMDB/BA), que escandalizou o país na semana passada quando a Polícia Federal descobriu um bunker com R$ 51 milhões em Salvador.
O pré-candidato acredita que o presidente Michel Temer se manterá no poder até 2018, mesmo com as novas acusações que pesam contra ele.De acordo com ele, o peemdedebista só sairá por “renúncia ou morte”, pois os atos para tirá-lo do poder dependem da Câmara dos Deputados. Para ele, o Congresso já se mostrou “corrupto” e “subornável”.