Jornal Estado de Minas

Garotinho é preso no Rio, mas ficará em casa de tornozeleira


O ex-governador do Rio, Antony Garotinho, foi preso na manhã desta quarta-feira (13), no Rio de Janeiro. A prisão decretada foi domiciliar. Por isso, o político será conduzido a Campos dos Goytacazes, no norte do estado, onde ficará sujeito a várias medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Garotinho foi preso enquanto conduzia o programa de rádio Fala Garotinho, na Rádio Tupi. Um dos locutores chegou a dizer que o ex-governador teria ficado sem voz e que voltaria no dia seguinte. De acordo com o jornal O Globo, a ordem de prisão foi do juiz Raph Manhães, que no documento diz que Garotinho praticou o crime de corrupção eleitoral pelo menos 18 mil vezes.

O magistrado diz que o político conseguiu eleger 11 vereadores e diversos suplentes em 2016 graças a um esquema de compra de votos. Na investigação pelo Ministério Público Eleitoral, Garotinho é acusado de trocar votos pela inclusão de famílias no programa social Cheque Cidadão, em Campos dos Goytacazes.


Além da medida cautelar, Garotinho foi condenado à prisão em regime fechado por corrupção eleitoral, associação criminosa e supressão de documentos públicos. No entanto, essa condenação precisa ser confirmada em segunda instância para que a reclusão passe a vigorar.

A assessoria do ex-governador foi procurada pela reportagem, mas ainda não havia se manifestado até a publicação desta matéria. O advogado de Garotinho, Carlos Azeredo, divulgou a seguinte nota: "A defesa do ex-governador Anthony Garotinho repudia os motivos apresentados para a prisão do ex-governador e entende que a decisão de mantê-lo preso em casa, em Campos, tem a intenção de privá-lo de seu trabalho na Rádio Tupi e em seus canais digitais e, com isso, evitar que ele continue denunciando políticos criminosos importantes, alguns deles que já foram até presos. A defesa nega as acusações imputadas a ele e informa que ele nunca nem foi acusado de roubo ou corrupção. O processo fala de suspeitas infundadas de compra de votos, o que por si só não justifica prisão".

"A defesa afirma que a prisão domiciliar, além de não ter base legal, causa danos à sua família já que o impede de exercer sua profissão de radialista e sustentar sua família. A defesa do ex-governador irá recorrer da decisão", finaliza o advogado. (Com Agência Estado).