Curitiba, 13 - O secretário da Tesouraria Nacional do Partido dos Trabalhadores e ex-prefeito de Osasco, Emídio de Souza, disse em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve tranquilo durante todo tempo que antecedeu o início de seu depoimento nesta quarta-feira, 13, ao juiz Sérgio Moro, na Justiça Federal de primeira instância do Paraná.
De acordo com Emídio, Lula estava e está ciente de que de que não há uma única prova nas acusações apresentadas contra ele pelo Ministério Público. "Não há uma única prova, são apenas ilações. E o processo judiciário brasileiro tem que seguir baseado em provas. Não é concebível que uma pessoa, principalmente o presidente da República, com o histórico que ele tem seja condenado baseado em ilações de pessoas cujo único objetivo não é falar a verdade e sim sair da cadeia, diminuir a sua pena", disse o secretário do PT.
Perguntado se a sua crítica vale para o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Antonio Palocci, que na semana passada acusou Lula e Dilma de envolvimento em atos de corrupção envolvendo a empreiteira Odebrecht, Emídio disse que sim. "Claro, isso vale também para o Palocci. Delação premiada para quem está preso é isso. A pessoa fala qualquer coisa para sair. O valor disso é pequeno", disse o petista, que estava acompanhado de outros caciques do PT que vieram a Curitiba prestar apoio a Lula.
Emídio disse esperar que o juiz Moro se comporte não pelo o que os inimigos do Lula querem. "Esperamos que o Moro se comporte pelo o que está na lei. É essa a nossa expectativa", disse o secretário da Tesouraria Nacional do PT.
Questionado sobre qual é o sentimento dentro do Partido dos Trabalhadores de ver uma pessoa da envergadura de Palocci dentro da sigla fazer delações que o partido considera mentirosas, Emídio disse que é de muita tristeza. "É triste porque mostra que o ser humano submetido à prisão é capaz de qualquer coisa para se livrar da prisão. E é o que o Palocci está fazendo. Ele está inventando uma história, mentindo para se livrar da cadeia", criticou.
Ainda de acordo com o ex-prefeito de Osasco, Palocci optou pelo caminho de renegar a história dele e de, principalmente, inventar uma história que era de encomenda. "A história que Palocci contou é uma história encomendada para garantir a liberdade dele e para tentar incriminar o Lula. Então Palocci optou por um caminho lamentável que é triste para nós do PT", disse Emídio.
Ele afirmou que não nega a importância de Palocci para o PT como militante, ex-prefeito e ministro que o País todo aprendeu a ter respeito, mas que o que está em jogo agora é o ser humano que está preso. "E eles estão se aproveitando dessa fragilidade do Palocci para extrair dele uma história que não tem nada de verdade", disse.
(Francisco Carlos de Assis)