Os funcionários públicos e militares de Minas Gerais em débito com o estado poderão ter a compensação de impostos desde que comprovem que benefícios de férias-prêmio e ajudas de custo estão em atraso. É o que prevê projeto de lei apresentado pelo deputado estadual Coronel Piccinini (PSB) na Assembleia Legislativa.
Na justificativa do projeto, o parlamentar alega que ''ninguém trabalha sem objetivo, trabalha por necessidade'' e o salário é o ''meio de sobrevivência do trabalhador empregado''.
%u201CNo atual governo estadual temos constatado um atraso significativo no pagamento do salário mensal, ajuda-de-custo e férias prêmio dos funcionários públicos do Poder Executivo e militares, o que é uma grande injustiça. Por motivos como esse, tais direitos fundamentais precisam ser revisitados, relidos e reinterpretados para que prevaleça a garantia do respeito à dignidade humana%u201D, diz o texto.
Desde a folha de janeiro do ano passado os servidores públicos estão recebendo os salários de forma parcelada.
O pagamento é feito em parcela única para quem recebe até R$ 3 mil líquidos, em duas parcelas para salários entre R$ 3 mil e R$ 6 mil e de três vezes para valores acima de R$ 6 mil.
O governo estadual argumenta que a medida é necessária em razão do aperto financeiro no caixa estadual, e que 75% dos servidores enquadra-se no grupo que recebe em parcela única.
No entanto, nos últimos meses o salário foi pago com atraso, além de a primeira parcela ser creditada após o quinto dia útil do mês.
Apenas ontem foi paga a primeira parcela da folha de agosto. A segunda será creditada dia 21 e a terceira em 27 de setembro.
O projeto de lei ainda passará pelas comissões de Constituição e Justiça, Administração Pública e Fiscalização Financeira antes de chegar ao plenário da Assembleia para votação em dois turnos.