Usando microfone e caixa de som, o deputado gritava frases de efeito, como "Cadê o salário da polícia?". O grupo apareceu quando discursava no palanque o secretário estadual de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho. E, a partir daí, deputados e outros presentes resolveram responder e gritos partiram de lado a lado.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) também respondeu durante seu discurso. Mas, como o barulho era grande, também teve de erguer muito a voz e tentou justificar: "É ele que está gritando!". Para completar, o tucano disse: "Ele ganha R$ 50 mil! Deveria ter vergonha!".
Depois da confusão, o governador tentou aparentar calma, tirou fotos com as pessoas e falou com a imprensa, mas sem entrar no tema. Antes, Alckmin já havia rebatido as críticas, alegando que tem investido na segurança pública. O tucano também garantiu que pretende dar aumento de salário aos servidores, mas culpou a queda na arrecadação no Estado. "Temos que agir com responsabilidade", falou.
O grupo que protestava antes da chegada do deputado era formado em sua maioria por representantes dos professores, ligados à Apeoesp. Olímpio usou as redes sociais para comentar o episódio. Ele alegou ter desmascarado o governador e diz que "o 'santo' Alckmin até perdeu a compostura".
Major Olímpio rebate acusação de Alckmin
O deputado federal Major Olímpio negou que receba R$ 50 mil, como acusou o governador de São Paulo. Olímpio disse ainda, que ficou "surpreso" com o tom do tucano ao microfone na cidade de São Carlos. "Alckmin mostrou o desespero dele e falta de argumento ao me chamar de marajá. E ainda usou meu bordão ao dizer 'vergonha'", acrescentou o deputado, que garante receber somente a aposentadoria de major da Polícia Militar (PM), de R$ 13 mil, além do salário de deputado federal.
Em seu discurso, Alckmin disse que vai reajustar os servidores das polícias civil e militar. Segundo Olímpio, o salário inicial de um PM hoje é de R$ 2.900. "Faz quatro anos que não dão nem o aumento da revisão constitucional", disse o deputado. (Rene Moreira, especial para a AE, e Pedro Venceslau)