O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), elogiou nesta segunda-feira, o discurso de posse da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e disse que ela certamente fará uma reanálise dos procedimentos tomados pelo seu antecessor, Rodrigo Janot, para evitar "erros e equívocos".
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MP fica lado dos cidadãos para assegurar que todos são iguais, diz Raquel DodgeRaquel Dodge toma posse na PGR prometendo combater corrupção e Temer se diz honradoRaquel Dodge se encontra com Cármen Lúcia e a convida para posse na segunda-feiraGilmar: Fachin acertou em aguardar decisão do plenário para enviar denúnciaIndagado se Raquel Dodge vai rever acordos, Gilmar disse que "certamente haverá revisões". O ministro é um dos mais duros críticos à delação de executivos do grupo J&F, que tem sido questionada pela defesa do presidente Michel Temer, alvo de uma segunda denúncia de Janot - desta vez, pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.
"Certamente a procuradora-geral vai fazer uma reanálise de todos os procedimentos que estão ainda à sua disposição, de maneira natural, para certamente evitar erros e equívocos que estavam se acumulando", afirmou Gilmar Mendes.
"Tenho a impressão de que, ao fim e ao cabo, nós temos muitos tumultos, desacertos, esses episódios últimos envolvendo, por exemplo, a delação da JBS, creio que mostram bem isso. Umas certas trapalhadas, perplexidades, que resultaram em ineficiência do trabalho da própria Procuradoria-Geral da República", criticou Gilmar.
Desafeto de Janot, Gilmar não participou do julgamento em que, por 9 a 0, o STF rejeitou afastar o antecessor de Raquel Dodge das investigações contra Temer no caso JBS.
Na próxima quarta-feira, 20, o STF julgará se atende ao pedido da defesa do presidente para suspender a segunda denúncia até que sejam esclarecidas as suspeitas de irregularidades envolvendo a delação do empresário Joesley Batista e do executivo Ricardo Saud.
Agenda
Depois de prestigiar a posse de Raquel Dodge, Gilmar Mendes foi à Casa da Mãe Preta, uma instituição que atende crianças carentes do Núcleo Bandeirante, região administrativa do Distrito Federal. Na ocasião, o ministro entregou um cheque no valor de R$ 30 mil.
Gilmar fez a doação depois de ter obtido indenização da atriz Mônica Iozzi, que criticou nas redes sociais o fato de o ministro ter concedido habeas corpus ao ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a mais de 100 anos de prisão de prisão pelo estupro de 37 mulheres.
"Recebi essa indenização paga pela jornalista Mônica Iozzi e eu tinha prometido que faria essa doação à Casa da Mãe Preta, que é um símbolo de Brasília e há mais de 50 anos se dedica a cuidar das crianças no Núcleo Bandeirante", comentou o ministro.
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