Brasília - Um dia depois de ter apresentado denúncia contra o presidente Michel Temer pelos crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça e antes de deixar o cargo, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira passada (15) a delação premiada de oito executivos da construtora OAS, acusada de participar do esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato.
A informação foi antecipada pelo jornal O Globo.
Em agosto do ano passado, Janot havia suspendido as negociações da delação premiada de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, após vazamento de informações sobre as tratativas entre o empresário e os investigadores da Lava Jato. Procurada pela reportagem, a OAS não se manifestou.
A delação premiada da OAS atinge os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (ambos do PT), além de aliados do presidente Michel Temer, segundo fontes com acesso às investigações.
O conteúdo da delação ainda será analisado pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte, que trabalhou ontem em Curitiba e só despachará do seu gabinete hoje. A colaboração foi encaminhada ao Supremo porque envolve autoridades com foro privilegiado – caberá a Fachin decidir se homologa ou não o acordo dos executivos da empreiteira.