Brasília, 19 - Presidente interino da Câmara, o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) sinalizou nesta terça-feira, 19, que não deu por encerrado o desentendimento com o ministro da Secretaria de Governo, o tucano Antonio Imbassahy.
Questionado pela manhã sobre como estava sua relação com o ministro, Ramalho disse que prefere o contato exclusivo com o presidente Michel Temer e demonstrou que vai continuar ignorando o ministro responsável pela relação do Executivo com o Congresso Nacional. "Minha articulação é direta com o presidente da República", respondeu.
Na semana passada, Ramalho xingou Imbassahy durante um evento oficial da Câmara, usando palavrões, e o acusou de ter "o rei na barriga". A reação teria sido porque Imbassahy não ouviu sua abordagem nos corredores do Palácio do Planalto. O episódio, que gerou constrangimento entre os presentes, foi visto como mais uma ação do grupo governista que tenta reduzir o espaço do PSDB no governo.
Vice-presidente da Câmara, Ramalho assumiu o comando da Casa porque o titular, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está substituindo Temer no Palácio do Planalto. O presidente viajou nesta segunda-feira, 18 para Nova York e discursou nesta terça na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
A semana será marcada pela tentativa da Câmara de votar, mais uma vez, a reforma política e não há previsão de discussão de temas de interesse direto do Palácio do Planalto. Na chegada na manhã desta terça, Ramalho disse que o plenário está mais propenso a votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com as coligações proporcionais e estabelece cláusula de desempenho, mas que não há ainda o mesmo consenso sobre retomar a discussão da PEC que muda o sistema eleitoral e cria o fundo de financiamento de campanhas.
Ramalho desconversou ao ser questionado sobre a possível chegada, nesta semana, da segunda denúncia contra Temer. "O momento agora é de cuidar da pauta da Casa, que tem que avançar", declarou.
(Daiene Cardoso).