Brasília, 19 - O deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) afirmou nesta terça-feira, 19, em entrevista ao Estadão/Broadcast, que não é capaz de opinar sobre a possibilidade de o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), seu irmão, fechar um acordo de delação premiada com a Justiça. Lúcio disse não poder emitir opinião sobre o assunto, porque "ninguém sabe o que está passando pela cabeça de Geddel lá dentro" do presídio da Papuda, em Brasília, onde o ex-ministro está preso em regime fechado desde 7 de setembro.
"Não defendo nem 'desdefendo' (sic) que Geddel faça delação. O que defendo é que ele tem que ter amplo direito de defesa e o benefício da dúvida", afirmou o deputado federal. "Não posso emitir opinião, porque quem é responsável pela defesa é ele e o advogado dele. Sou agrônomo. Ninguém sabe o que está passando pela cabeça dele lá dentro", acrescentou Lúcio, após insistência da reportagem. O deputado afirmou ainda que Geddel fará sua defesa "no momento adequado" e só vai se pronunciar "nos autos do processo".
Após duas semanas longe da Câmara, Lúcio retomou a atividade parlamentar nesta terça-feira. Ele não registrava presença na Casa desde o dia 5 de setembro, mesmo dia em que a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em dinheiro vivo em caixas e malas guardadas dentro de apartamento em Salvador, cidade onde Geddel e Lúcio moram.
Lúcio afirmou que, durante o período de afastamento, ficou cuidando da mãe, idosa, por orientação médica. Segundo ele, a prisão do irmão afetou muito a mãe, que já é acometida por outros problemas de saúde. "Da minha parte, não tenho informações para dar (sobre possível delação de Geddel). Vocês devem se dirigir à defesa dele. Estou preocupado em cuidar da minha família e continuar exercendo meu mandato como sempre fiz, levando recursos para os municípios que represento", afirmou o deputado, sem querer comentar sobre a origem dos R$ 51 milhões.
O parlamentar baiano afirmou ainda que, desde a prisão de Geddel, não falou com o presidente Michel Temer ou com ministros que dão expediente no Palácio do Planalto sobre o assunto. "Não falei com nenhuma pilastra do Palácio do Planalto sobre isso.
(Igor Gadelha).