Brasília – A Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara não vai desmembrar a denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) feita pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e vai enviar à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) uma única solicitação de instauração de processo. Caberá à CCJ decidir durante o processo se fará o fatiamento da denúncia. Ontem, o deputado JHC (PSB-AL) tentou dar início à sessão do plenário da Câmara, mas não conseguiu por falta de quórum. Com isso, a leitura da denúncia ficou para as 14h de segunda-feira.
Por volta das 9h, o parlamentar aguardava a chegada de outros deputados para começar a sessão, mas o plenário seguiu apenas com a presença dele e do deputado Celso Jacob (PMDB-RJ) – o parlamentar foi preso pela PF no aeroporto de Brasília no início deste mês e condenado pelo Supremo Tribunal Federal por falsificação de documentos públicos, mas foi autorizado a deixar o presídio durante o dia para trabalhar – até as 9h30, quando ensaiou abrir a sessão, o que novamente não ocorreu. Eram necessários pelos menos 51 presentes para dar início aos trabalhos. A segunda denúncia da PGR contra Temer chegou quinta-feira à Câmara e precisa ser lida em sessão do plenário antes da notificação a Temer e de seu envio à CCJ. Na peça, o presidente e os ministros são acusados de organização criminosa e obstrução da Justiça.
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Base quer fatiar segunda denúncia; CCJ vai decidirSegunda denúncia contra Temer chega mais enfraquecida à Câmara, diz ministroSegunda denúncia contra Temer deve atrapalhar reforma da Previdência, diz JucáTemer comemora aniversário com a família, às vésperas de tramitação de denúnciaEm análise preliminar, o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), avalia que, se a PGR enviou uma única peça, não há motivo para a Câmara desmembrá-la. Técnicos da CCJ também vão estudar o tema, já que o novo pedido tem aspectos diferentes (aborda duas acusações e cita ministros no exercício do mandato) e há dúvidas se o relator poderá pedir o fatiamento da denúncia no decorrer da apreciação. A tendência, no entanto, é Pacheco adotar o mesmo rito da primeira denúncia: um parecer e um relator para o caso. A preocupação do peemedebista é que o processo se estenda com os prazos de defesa.
Parlamentares governistas dizem estar seguros para derrubar a segunda denúncia, mas temem que um fatiamento possa resultar no processamento dos ministros peemedebistas. O terceiro secretário da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ), deputado Marcos Rogério (DEM-RO), defende que, por se tratar de uma acusação de organização criminosa, os fatos são conexos e não devem ser separados. “O encaminhamento é de uma denúncia contra o presidente e demais acusados.
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