Brasília, 28 - A atuação do governo Michel Temer em relação aos impostos teve a pior desaprovação entre as nove áreas pesquisas, mostra pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta quinta-feira, 28. A desaprovação nessa área atingiu 90%, ante 87% no levantamento semelhante realizado em julho deste ano.
A segunda área com maior desaprovação é a taxa de juros, desaprovada por 87% dos entrevistados. O porcentual aumentou em relação a julho (84%), mesmo após o Banco Central anunciar, no início de setembro deste ano, oitavo corte consecutivo na taxa básica de juros da economia (Selic) para 8,25% ao ano, o menor nível para a Selic desde maior de 2013.
A terceira área mais desaprovada pelos entrevistados é a saúde, com 86% de desaprovação em setembro. As políticas do governo Temer para segurança pública e combate ao desemprego aparecem em seguida no ranking, desaprovadas por 85% dos entrevistados cada uma. A atuação do governo para combater a fome, por sua vez, foi desaprovada por 85% da população.
Ainda de acordo com a pesquisa, a desaprovação das políticas de combate à inflação e a educação alcançaram 81% em setembro. As políticas do governo na área do meio ambiente tiveram a menor desaprovação em setembro, de 79%. Apesar de ser a menor, o resultado representou crescimento de nove pontos porcentuais ante julho e ocorreu em meio ao decreto presidencial extinguindo a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), que, após repercussão negativa, foi revogado.
Corrupção
Na última pesquisa, em julho, as notícias mais lembradas sobre o governo Temer já eram sobre "corrupção", com 16%. Dois meses depois, esse porcentual aumentou para 23%, seguida pelo noticiário Operação Lava Jato, que passou de 9% para 11%.
A apreensão de malas e caixas contendo R$ 51 milhões na casa do ex-ministro Geddel Vieira Lima foi o terceiro fato mais lembrado, citado por 7% dos entrevistados.
A quarta notícia mais lembrada sobre a gestão peemedebista foi a liberação para exploração de áreas na Amazônia, fato debatido em torno da edição do decreto da Renca. Após a repercussão negativa, Temer recuou desse decreto, mas a notícia foi lembrada por 5% dos ouvidos na pesquisa. "Isso ajudou a piorar a avaliação do governo", afirmou Renato da Fonseca, gerente executivo de pesquisa e competitividade da CNI.
Cerca de 34% dos consultados na pesquisa não souberam ou não responderam qualquer notícia quando questionados sobre o tema.
A pesquisa foi realizada de 15 a 20 de setembro deste ano. O levantamento ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais para mais ou menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. O nível de confiança utilizado é de 95%.
(Renan Truffi e Igor Gadelha).