Brasília, 28 - O comandante militar do Sul, general Edson Leal Pujol, recomendou à população que esteja insatisfeita com a situação política do País que vá para as ruas se manifestar "ordeiramente", mas demonstrando sua indignação. "Se vocês estão insatisfeitos, vão para a rua se manifestar, mostrar, ordeiramente. Mas não é para incendiar o País, não é isso", disse, depois de reconhecer que ele não pode ir para as ruas se manifestar. "São vocês, somos nós que temos de decidir qual o País que queremos."
"Há uma insatisfação geral da Nação e eu também não estou satisfeito", disse em evento da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA). "Se os nossos representantes não estão correspondendo às nossas expectativas, vamos mudar."
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Jungmann e Exército decidem não punir formalmente general MourãoGeneral fala em possibilidade de intervenção e é criticado por Forças ArmadasMeta de general que defendeu intervenção é presidir Clube MilitarPujol acrescentou ainda que "existe uma série de maneiras" de tentar mudanças. Ressalvou, no entanto, que "o papel da Forças Armadas é seguir a legislação".
Em seguida, o general lembrou a postura do povo da Venezuela, que está nas ruas contra o governo. "Com o regime que eles estão, lá tem gente morrendo na rua", afirmou, reiterando que a população deve servir de "termômetro" dos poderes.
O general Pujol se queixou ainda do que está sendo ensinado nas escolas e questionou se as pessoas têm ido às Secretarias de Educação ou ao Ministério da Educação perguntar sobre o que está sendo ensinado. "Vocês concordam com o que está sendo ensinado para os seus filhos, sobrinhos, netos?", disse, sem querer "classificar" o conteúdo.
Intervenção
Sobre a crise criada pelo general Antônio Hamilton Mourão, secretário de Economia e Finanças do Exército que, na semana passada, defendeu a possibilidade de intervenção militar, o general Pujol evitou alimentar a polêmica.
"Intervenção militar não é a solução", afirmou, defendendo que mudanças nas leis sejam feitas pelo processo da democracia.
(Tânia Monteiro).