A possibilidade de a ex-presidente Dilma Rousseff disputar uma vaga ao Senado nas eleições do ano que vem não é consenso nem dentro do PT. É que outras candidaturas já vinham sendo construídas e, apesar de haver duas vagas para o Senado, o lançamento de dois nomes do mesmo campo pode dividir o eleitorado. Ainda mais em uma eleição que promete repetir a acirrada eleição de 2014, quando Dilma e o senador Aécio Neves (PSDB) disputaram o segundo turno da campanha presidencial. O tucano deve ser o candidato do seu partido ao Senado.
No PCdoB o nome oficialmente já lançado é o da deputada federal Jô Morais, que na disputa pela prefeitura da capital abriu mão de ser cabeça de chapa para ser candidata a vice-prefeita de Reginaldo, apesar de estar na época muito melhor avaliada que o deputado pelo eleitorado da capital.
Para disputar uma cadeira na Câmara, no lugar da deputada, o PCdoB vai lançar o presidente da legenda no estado, Wadson Ribeiro, que na disputa de 2014 ficou como suplente e chegou a exercer o cargo durante o segundo mandato de Dilma, cassada em agosto de 2016.
Jô Morais disse que sua candidatura é irreversível e faz parte de um projeto nacional do PCdoB. Para ela, não haveria nenhum problema o lançamento das duas. “Afinal são as mulheres que lutam com muita esperança e força para que o país se reconstrua”, disse a parlamentar, que assegurou que não pretende abrir mão da disputa para nenhum outro nome.
Paim na frente
Pelo Rio Grande do Sul – onde a ex-presidente tem domicílio eleitoral – o lançamento do nome de Dilma também enfrenta dificuldade, pois o PT já tem um pré-candidato lá: o senador Paulo Paim, que pretende disputar a reeleição. Paim, que chegou a cogitar deixar o partido e ir para Rede ano passado, teria um acordo com o comando petista para ser o candidato.
Apesar desses empecilhos, o lançamento de Dilma pelo PT mineiro para o Senado encontra respaldo entre diversos integrantes da legenda em Minas e também entre dirigentes nacionais do partido que enxergam uma boa possibilidade de ela se eleger. Para isso, no entanto, Dilma precisa transferir seu título para a capital mineira até o próximo dia 7, prazo máximo estabelecido pela Justiça Eleitoral para que interessados em participar da disputa do ano que vem alterem seu domicílio eleitoral.