Apesar da pressão da cúpula do PSDB nacional, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Rodrigo Pacheco (PMDB), afirmou ontem em Belo Horizonte que vai manter a indicação do deputado federal Bonifácio Andrada (PSDB-MG) como relator da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer e os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco, por organização criminosa e obstrução da Justiça no “quadrilhão” do PMDB. “Ele (Andrada) só não será (o relator) se não quiser”, disse Pacheco, que deu palestra em escola na capital mineira. Antes da escolha do relator, o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Trípoli, que faz parte da ala do partido que defende a saída da sigla do governo Temer, havia pedido a Pacheco que não escolhesse um parlamentar da legenda para a relatoria. Bonifácio é ligado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), e, na primeira denúncia contra Temer, votou a favor do presidente.
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Critério para escolha de relator não é do partido, é da CCJ, diz Rodrigo PachecoPacheco manterá tramitação conjunta da denúncia contra Temer e ministrosRodrigo Pacheco deve anunciar semana que vem relator da nova denúncia contra TemerO parlamentar negou preferência por deputados do PSDB para a relatoria das denúncias contra o presidente Temer.
Andrada afirmou que não vai deixar a relatoria da denúncia. “O meu nome foi designado pelo presidente da CCJ, que é quem tem competência para isso. Os principais líderes do PSDB querem que ele desista da relatoria.
INDEPENDÊNCIA O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que será apenas o árbitro no julgamento da segunda denúncia contra Temer. “Na primeira denúncia do presidente Temer e na segunda será igual, eu não sou candidato a assumir uma Presidência com base em uma denúncia, meu papel vai ser de presidente da Câmara, de árbitro desse processo, e de distância de qualquer posição contra ou a favor, é o papel que cumpri na primeira (denúncia) e é o papel que vou cumprir na segunda. Sou árbitro, estou fora desse debate”, afirmou.
Ele elogiou a escolha de Bonifácio Andrada para relatoria da denúncia, dizendo que entre todos os parlamentares “é o que tem mais independência para tomar a decisão”. “É um dos juristas mais qualificados do país, um homem que está no Congresso desde 1979, não tem nenhuma mácula. Eu não tenho como avaliar se ele foi escolhido para fazer relatório a favor ou contra, tenho certeza de que ele terá a independência necessária para fazer aquilo que a consciência mandar.
O democrata comentou também a decisão do STF de ordenar o recolhimento domiciliar noturno para o senador Aécio Neves, dizendo que há um “vácuo na decisão” da Suprema Corte. “Cabe agora ao Senado tomar uma decisão, se o Supremo em plenário avançar pode ser até melhor. Mas essa decisão para mim tem um vácuo legal, mas no diálogo vai resolver. É um vácuo porque é uma prisão domiciliar, há condições de o Supremo tomar essa decisão.”
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