Embalados pelo plebiscito realizado nesse domingo que aprovou a independência da região da Catalunha da Espanha, os integrantes do movimento “O Sul é o meu país” vão realizar no próximo sábado, dia 7, o Plebisul 2017 – uma espécie de plebiscito informal para que a população dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul votem se querem que a região Sul se torne um país independente.
“Assim como os Catalães, nós vamos fazer todo o processo dentro da legalidade, sem precisar desrespeitar nenhuma lei, apesar de discordarmos democraticamente de muitas delas”, afirmou Celso Deucher, secretário-geral do Grupo de Estudos Sul Livre (Gesul) em texto publicado no Facebook.
Além de opinar sobre a proposta de separação do restante do Brasil, os sulistas poderão assinar um projeto de lei de iniciativa popular prevendo a realização de um plebiscito oficial, que poderia resultar efetivamente na separação da região.
A Constituição Federal prevê que os cidadãos brasileiros podem apresentar projeto de lei no Congresso Nacional, mas desde que a proposta seja assinada por pelo menos 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos cinco estados, com pelo menos 3% dos eleitores de cada um deles. Exemplo de lei resultado de iniciativa popular é a Lei da Ficha Limpa.
No texto publicado na rede social, o Gesul diz que a votação realizada na Catalunha nesse domingo foi a “mais pura expressão da democracia participativa de um povo que cansou de ser explorado por um poder central corrupto e corruptor. A Espanha bateu forte e literalmente assassinou a liberdade em tempo real em todo o mundo”.
Segundo a postagem, ao longo dos anos o Sul vem sendo “reprimido” pelo restante do país.
“Que as autoridades tenham a ombridade e o respeito aos princípios democráticos e não cometam os mesmos erros em relação ao Movimento O Sul é o meu país. E não estamos pedindo para aceitar nossas ideias. Nosso clamor é por sermos ouvidos e compreendidos e não dispensamos a proposta de discussão, desde que pacífica. Nosso pedido é apenas que nos tratem como seres humanos que somos e que temos, como coletividade, o direito irrenunciável de votar sobre nosso futuro”.