Brasília – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), devolveu na sexta-feira passada, dia 29, o pedido de vista que havia feito em junho deste ano sobre a questão de ordem que discute a restrição do foro privilegiado para autoridades.
Leia Mais
Foro privilegiado deve ser limitado a chefes de Poderes, diz BarrosoFim do foro privilegiado tramita em marcha lentaMudanças em regra do foro privilegiado podem agilizar processosDiscussão sobre fim do foro privilegiado fica na gaveta do STFNa prática, o caso está pronto para ter o julgamento retomado - caberá agora à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, responsável por elaborar a pauta, definir a data. Ainda não há previsão de quando isso vai ocorrer.
O julgamento foi suspenso no dia 1º de junho com o placar de 4 a 0, prevalecendo o entendimento de que os políticos só terão direito ao foro privilegiado se o crime pelo qual forem acusados tiver sido cometido no exercício do mandato e tiver relação com o cargo que ocupam. Já votaram nesse sentido os ministros Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber e Cármen Lúcia.
Para Barroso, que é o relator do processo, a prerrogativa de foro tem sido usada como instrumento para garantir que os políticos sejam julgados no Supremo. Segundo o ministro, se a instância onde alguém fosse julgado "não fizesse diferença", os políticos não se empenhariam tanto em manter o foro.
Ao pedir vista (mais tempo para análise), Moraes ressaltou que não era possível estabelecer conexão entre impunidade no Brasil e a ampliação do foro pela Constituição de 1988. Um dos seus argumentos ao pedir mais tempo para analisar o caso foi de que a mudança proposta por Barroso não se tratava "meramente de uma norma processual, mas de um complexo de garantias que têm reflexos importantíssimos". "A alteração de uma é mais ou menos como aquele jogo de varetas. Ao mexer uma vareta, você mexe as demais", disse Moraes na ocasião..