O Tribunal de Contas do Estado (TCE) vai fazer um pente-fino nas contas do governo de Minas Gerais para avaliar, entre outras coisas, as causas de o orçamento estar no vermelho e o cumprimento de obrigações fiscais por parte do Executivo. Os recentes atrasos no pagamento de salários e as renúncias fiscais oferecidas pelo governo estão entre as linhas de investigação. A portaria determinando a fiscalização e constituindo um grupo de trabalho para esse fim foi publicada nesta sexta-feira (6) no Diário de Contas, dando início aos procedimentos.
Leia Mais
Prefeitos de Minas cobram repasse deR$ 1,5 bilhão para a área da SaúdeGoverno de Minas atrasa última parcela dos salários, mas diz que pagará hojeGoverno de Minas ainda não tem dinheiro para pagar 13º dos servidoresGoverno de MG quita salário atrasado e prevê última parcela para amanhãTCE emite alerta ao governo de Minas sobre gasto com pessoalGoverno de Minas não tem data para divulgar escala de dezembroGoverno de Minas diz que expectativa é pagar salários em atraso na segundaTCE de Minas suspende licitação de R$ 1,1 milhão em Coronel FabricianoCabo Júlio manda recado a Pimentel sobre insatisfação da PM de Minas: 'vai dar m...'Governo de MG quita parcela atrasada dos salários dos servidoresGoverno de MG repassa apenas 63% do ICMS devido a prefeituras
Segundo fontes do tribunal, a medida foi tomada diante de manifestações de categorias de servidores públicos, que vêm se mobilizando principalmente por causa do descumprimento do calendário de pagamentos. Na portaria, o presidente do TCE, conselheiro Cláudio Terrão, determina ao grupo que dê “especial enfoque nas isenções e renúncias fiscais, na observância da ordem cronológica de pagamentos e definição de repasses prioritários, na situação da dívida fundada estadual, bem como em outras ações que possam acarretar o desequilíbrio orçamentário e financeiro do estado”.
Recentemente, a Associação Mineira de Municípios (AMM) também fez uma carta ao governo do estado cobrando uma dívida de R$ 1,5 bilhão em repasses do governo devidos somente à área da saúde. Segundo os prefeitos, o estado também está atrasando o envio de verbas devida para transporte escolar e a cota-parte do ICMS. Nos dois últimos meses, o repasse do tributo arrecadado pelo estado foi pago com atraso e multa.
O texto justifica a fiscalização considerando a queda do Produto Interno Bruto (PIB) do estado nos últimos dois anos e a edição do Decreto 47.101/16, que declarou a situação de calamidade financeira para o estado. Terrão também cita o déficit financeiro “que tem afetado o cumprimento das obrigações assumidas pelo tesouro estadual”.
Segundo a portaria, o grupo de trabalho do TCE deverá apresentar relatório técnico ao presidente Cláudio Terrão contendo a análise dos dados obtidos e as ações a serem tomadas pelo tribunal no sentido de regularizar eventuais problemas encontrados.
.