Em entrevista à publicação "The Banker", uma divisão do jornal britânico "Financial Times", o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que vai pensar sobre o futuro político do País no próximo ano, ao ser questionado sobre uma eventual candidatura à Presidência da República.
Na avaliação do ministro, o desenvolvimento político no País está se dando de "forma natural". A esquerda, apontada por ele como constituída basicamente pelo PT, tem praticamente a mesma fatia da intenção de votos das últimas décadas. "Este é um eleitor tradicional do partido, não há surpresa, era esperado", afirmou, citando que o crescimento foi visto nas reeleições dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Perguntado sobre a baixa popularidade do governo Michel Temer, o ministro ressaltou que a pouca aprovação é "compreensível". "O presidente não foi eleito, pois chegou ao poder como um resultado do impeachment, e a segunda coisa é que ele é o responsável por realizar reformas importantes, mas impopulares, como a da Previdência", citou. "O ponto é que justamente por ele ter um curto período de mandato é que decidiu fazer o que é necessário para o Brasil, pois não concorrerá à eleição de 2018", disse.
Meirelles enfatizou à "The Banker" que boa parte das reformas já foi finalizada. O primeiro passo foi a PEC do Teto, aprovada em dezembro, e que outra "grande reforma" foi a trabalhista. "As reformas estão andando e a nossa expectativa é a de que a da Previdência seja aprovada."