Já está em quatro votos a um o placar da discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) se o órgão pode ou não aplicar medidas cautelares a deputados e senadores sem precisar de aval do Congresso Nacional.
Os ministros Edson Fachin – relator da ação –, Luiz Fux, Luis Roberto Barroso e Rosa Weber já entenderam que o Judiciário pode decidir sem ouvir o Legislativo.
Já o ministro Alexandre de Moraes, segundo a votar, defendeu que algumas restrições são “idênticas a prisões cautelares”, e portanto não podem ser aplicadas pelo Judiciário sem ouvir o Legislativo.
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Alexandre de Moraes vota contra afastamento de Aécio sem aval do CongressoMarco Aurélio diz que recolhimento noturno de Aécio extrapolou pedido da PGRGilmar interrompe Moraes e critica decisão da 1ª Turma de afastar AécioApós decisão do STF, Senado deve decidir futuro de Aécio na próxima semanaMas não convenceu os colegas que votaram depois dele. Rosa Weber, por exemplo, alegou que a imunidade parlamentar visa proteger o mandato, e não o indivíduo.
Luis Roberto Barroso disse que retirar as sanções impostas ao senador Aécio Neves (PSDB) seria como reforçar a tese de que o STF só prende “peixe pequeno”.
Para ele, ao determinar o recolhimento domiciliar à noite, o STF apenas impede que o senador frequente “baladas e restaurantes”. “A pessoa não deve levar a vida como se nada tivesse ocorrido”, afirmou.
Aécio Neves foi afastado do mandato e impedido de sair de casa à noite no âmbito da Operação Lava-Jato. Gravações de conversas entre eles e o executivo Joesley Batista mostram um acerto entre eles de R$ 2 milhões para pagar advogados que defendem o tucano. .